12. Night Out

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Portland

Jogada no sofá de um estúdio mais ao norte do país, estava entediada. Como em Vegas, teríamos alguns dias de folga na cidade da vez, e a banda aproveitou para reservar um lugar para ensaiar.

Luke não comia carne, então havia dispensado a churrascaria com Cal, Ash e Mike para comermos algo mais leve ali mesmo no estúdio vazio.

Eu tinha acabado de sair de um almoço/reunião da equipe onde me foi perguntado como Luke estava. A resposta mais próxima da verdade seria "está como sempre ué, não sou uma santa milagrosa", mas forcei um "está nos trilhos". Zack, o chefão da agência, até me perguntou se seria uma boa ideia levar uma terapeuta durante o resto da turnê. Eu discordei veementemente lembrando-o do que havia acontecido com a última. Ele acabou concordando comigo.

— Você me quer todo para si, não é? — Luke perguntou quando o contei sobre a sugestão.

Tirei os olhos do celular e olhei pra ele esparramado do outro lado do móvel.

— Você sabe como eu sou ciumenta — falei manhosa entrando na brincadeira dele.

Ele riu e olhou a tela do aparelho em sua mão uma última vez antes de desligá-la. Se virou o rosto totalmente na minha direção.

— Como era com seus ex-namorados?

Franzi o cenho.

— Não vou falar disso com você.

— Deixa de ser chata.

Revirei os olhos.

— Eu não gosto de lembrar que fui trouxa.

— Ele te traiu?

— Não, ele apenas...

Dei de ombros soltando o ar ruidosamente.

— O quê?

Eu tinha toda a atenção de Luke. Ele queria mesmo saber. Era difícil adivinhar com precisão quais assuntos iriam desinteressá-lo e quais outros ele estaria obcecado.

Esperava que a minha vida amorosa não fosse seu alvo da vez.

— ... parou de me amar.

A resposta fez o rosto dele se contorcer. Estava decepcionado com o meu plot.

— Essa história é entediante.

— Ah, mil perdões, esqueci que se a história não envolver sexo ou escândalo não interessa pra você. — Levantei um pouco a voz.

Senti uma pontinha de irritação enquanto no rosto dele aparecia o indício de diversão.

— Essas coisas não foram feitas para durar. Pessoas adultas precisam estar preparadas para o inevitável — Luke falou como se fosse fácil.

Afastei a ponta de irritação para admirar a eloquência do argumento dele. Mesmo que fosse um argumento de merda.

— Você quase soou como um adulto agora.

Ele mordeu o lábio para conter o sorriso. O movimento nunca passava despercebido pelos meus olhos. Ou a minha memória. Na minha mente, já havia uma coleção dos momentos em que eu tinha visto-o fazer aquilo. Eu simplesmente não conseguia me livrar dela.

Os dentes dele se apertavam contra a pele e o impacto deixava a área branca por um segundo. Depois, ele puxava o lábio para baixo e o soltava mais vermelho que antes. E úmido. E com sabor de licor de menta.

Nunca mais vou tomar licor de menta. Eles me lembram os lábios de Luke Hemmings.

— Me conte algo adulto, então, Maya.

Sex - Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora