Acordo com uma pancada na cabeça. E então, quando abro os olhos, percebo que bati a têmpora na base da janela do carro. Minha testa está suada, mas também não tem como esperar outra coisa quando estou literalmente de frente para o sol. Não sei que horas são, mas minha boca está com um gosto esquisito. E, analisando bem, eu nem sei onde estou. É um posto de gasolina, mas estamos do outro lado da pista. Não tem ninguém nos arredores, apenas mato, estrada e algumas lojinhas pequenas e de procedência duvidosa. Parece cenário de filme de terror, se estivesse à noite. Mas está de dia. Provavelmente entre oito às onze da manhã. O sol está forte, porém o cheirinho de manhã é perceptível. Até a paleta de cores do céu está interessante: um azul bem calmo, porém meio ameaçador. E o sol forte espanca minha retina.— Acordou?! — na mesma hora que respiro fundo, vejo Ten vindo do posto de gasolina. Ele está segurando duas sacolas plásticas.
Não está usando a mesma camisa preta de ontem. Na verdade, ele está usando uma calça baggy preta, toda larga, meio desbotada. Acima do cinto ajustável com buracos duplos, está uma regata branca um tanto curiosa. Ela tem um recorte horizontal meio profundo, tanto que seus braços estão todos expostos e um pouco do seu peitoral também. E seu tênis é com certeza uma imitação Shopee de um All Star, porém fica bem nele. Na verdade, eu nem deveria estar prestando atenção nessas coisa. Eu deveria dizer algo.
Mas eu não digo nada, ainda estou piscando e tentando assimilar todas as informações. Ele veio da loja de conveniência do posto. O letreiro está caído, então nem sei qual o nome dessa coisa. Atrás tem uma bela porção de área verde. Não sei se é uma mata ou algo do tipo. Estou me questionando sobre isso. Durante esse período, Ten chega perto o suficiente para dar duas batidinhas na janela e me chamar atenção. Meio assustado, eu abro e espero-o dizer o que tem que dizer.
— Aqui está o café — ele literalmente joga sobre o meu colo as sacolas e depois sai caminhando, dando a volta no carro.
— Isso? — ajeito as sacolas no meu colo e abro uma para ver. — Achocolatado, iogurte de morango e cereal de milho? O que acha que eu sou? Uma galinha?
— Agora quem não está sendo gentil é você — ele reclama, daí abre a porta e senta-se de uma maneira pouco delicada. — Poderia agradecer, não?
— Eu não te pedi nada — viro-me para olhá-lo.
— Eu quis ser gentil, sabe? Não era sobre isso?
Eu estreito os olhos e olho-o com raiva.
— Cada segundo que passo ao seu lado, eu gosto menos de você.
Ele sorri daquele mesmo jeito de ontem. Aquele mesmo jeito.
— O objetivo da viagem não é você gostar de mim, mas sim te levar naquele complô de gente rica — ele dá de ombros. — E vê se come. Esse mau humor deve ser falta de comida.
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CRAZY TAXI (BY MISTAKE) ✘ tae.ten
Fanfiction« se ten era um dos piores taxistas do país, por que é que alguém de tão boa índole como taeyong estaria dentro daquela lata-velha? » taeyong tinha apenas um compromisso naquele fim de semana: um evento acadêmico que o trouxera àquelas bandas descon...