« se ten era um dos piores taxistas do país, por que é que alguém de tão boa índole como taeyong estaria dentro daquela lata-velha? »
taeyong tinha apenas um compromisso naquele fim de semana: um evento acadêmico que o trouxera àquelas bandas descon...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O carro de Ten tem um cheiro esquisito. Mas me acostumei. Aqui dentro, estou sozinho. Ele foi sacar dinheiro para os pedágios, segundo ele. Já tem um tempo que saímos do shopping, claro. Ando nervoso ao lado dele, porque seu carinho durou alguns minutos e isso foi extremamente estranho. Ele não está agindo estranho, eu que estou. Gostei do carinho. Será que Ten gostou de fazê-lo em mim? Tenho medo de perguntar essas coisas a ele e ficarmos estranhos. Não quero que mudemos nada entre nós. Exceto, obviamente, essas músicas de rock que ele não para de escutar e insiste me forçar também.
No tédio, tiro meu celular do bolso e fico a checar as redes sociais. Estou viciado em chocolate, já que comprei vários. Agora qualquer momento chato, eu pego um chocolate e como. Não sei quantos eu comi, estou com medo de checar. Bem, não vou me culpar por isso. Preciso me mimar de vez em quando. Estou até enfiando a mão no saco para pegar mais um, porém uma notificação me faz parar: minha ex me mandando mensagem.
Chaee: Que fofo esse urso que você comprou e postou no story, Taeyong. Ainda tenho aquele verde, se lembra? Ah, por onde você anda? Tenho perguntado a alguns conhecidos sobre você, mas ninguém tem notícias suas mais exatas. Ontem eu passei no seu ateliê, mas você não estava lá. Queria te pedir um favor. Sabe que não gosto de ficar pedindo essas coisas, mas você poderia me fazer uma escultura? É que a mãe do oppa vai fazer aniversário em breve e ela gosta muito de bustos romanos, mas curte mesmo a escultura de Davi feita por Michelangelo. Poderia fazer uma releitura, só que até o quadril dele? Seria muito legal colocar na sala de estar dela. Eu posso ver um valor… mas você faz um desconto para velhos conhecidos, né? Odeio pedir coisas, você me conhece muito bem, mas eu gostaria muito disso. Posso te pagar depois, agora não posso muito, mas nem deve ser um problema para você. Bem, é isso. Espero que veja a mensagem. Saudades. Vê se aparece mais.
Vê se aparece mais? Saudades? Odeia me pedir coisas? Meu deus do céu!
— Cheguei — Ten entra no carro.
Abro a porta e saio do carro.
— Ei! — ele grita lá de dentro. — O que foi agora?
— Nada — respondo a ele, mas fico com os olhos no celular pensando no que responder.
Por que, hein? Por que toda vez que estou bem ela me manda mensagem? Por que toda vez que eu esqueço dela, ela surge para dizer que ainda está na minha vida? Por que ela ainda fala comigo? Ela sequer perguntou se estou bem, como vai minha família. Ela nem se prestou a esse papel. E, na verdade, eu me surpreenderia se fizesse isso. Nossas conversas eram sempre sobre ela e os problemas dela. Tudo bem, eles eram importantes, não eram supérfluos e realmente faziam mal a ela. Mas e eu? Eu não tinha espaço para falar? Olha o tamanho dessa mensagem! Eu me pergunto por que toda vez ela aparece assim do nada e me deixa ansioso como se… Caramba! Eu só estou olhando ao redor, pensando no que dizer. Nós não damos certo. Siga sua vida. Siga a droga da sua vida!
