14 - Dominó é coisa de mané

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— Sua vez — Ten diz ao sair apenas de toalha vindo do banheiro

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— Sua vez — Ten diz ao sair apenas de toalha vindo do banheiro.

Ele vai até o armário, tira uma toalha e joga na minha direção. Eu tento olhar para todos os lugares possíveis, menos ao seu peitoral. Ou então seu abdômen. Ou então um pouquinho da virilha que está com a cara pra fora, já que a toalha desceu um pouco devido a sua andança. Não que eu esteja percebendo essas coisas. Longe disso. Inclusive, estou citando para justamente não olhar.

— Adianta, preciso me trocar — é o que me diz.

Num pinote, eu me apresso ao banheiro. Me certifico de fechar bem a porta, afinal não vou cometer o mesmo erro que outros por aí (aka Ten). Eu sou mais esperto. Como não tenho familiaridade com o banheiro, demoro horrores para tirar a roupa e ir tomar banho. O cheirinho do sabonete é bom, então por mim está tudo bem. Enrolo-me na toalha assim que termino e me xingo inteiramente por não ter trazido a bolsa até o banheiro. Agora vou ter que desfilar de toalha no quarto.

— Finalmente! — ele comenta, assim que abro a porta. — Pensei que tinha morrido. Ou era uma tartaruga.

— Se você não for acrescentar nada na minha vida, é melhor ficar calado — falo sem hesitar, porque não vou ficar engolindo os comentários dele de graça, não.

Ten está sentado na cama com uma caixinha na mão, cutucando. Ele não está olhando diretamente para mim, por isso passo direto e pego minha bolsa. O problema é que essa porcaria de toalha começa a soltar do meu quadril, então seguro para que não caia. Agora me responda aí como é que vou pegar a droga da roupa, se mal consigo me mover? Se eu for ajeitar a toalha, Ten pode me ver pelado.

— Quer ajuda? — questiona, chamando minha atenção.

Eu olho para ele, mas ele nem está olhando para mim. Como sabe que quero ajuda?

— Seria um incômodo?

— Não, está tudo bem — larga a caixinha sobre a escrivaninha, então se levanta e chega perto de mim.

Quando toca meu quadril, sinto sua pele quente contra a minha e automaticamente me arrepio. É o choque térmico ou esse singelo toque mexeu comigo? Estou assustado, real, por como eu me comporto toda vez que ele chega perto ou me toca. Pra quê esse alvoroço?

Ele põe a outra mão no meu quadril e aí eu penso: caramba, ele vai me ajudar com o lance da toalha! Ele vai me ajudar com o lance da toalha? Eu nem sei como eu me sinto em relação a isso.

— Sai da frente — então ele me empurra para o lado e se inclina para pegar minha bolsa.

Sua ajuda era isso mesmo: pegar minhas roupas da bolsa.

Eu não sei se me sinto decepcionado ou sei lá. Sei que somos inimigos ferrenhos, porém uma espécie de amigos assassinos ou similaridades. Não importa. Eu sei que quando falo, xingo-o e certamente ele faz o mesmo. Mas as coisas estão começando a sair do controle. Levemente me sinto decepcionado por isso. Era para ser assim? Pelo amor de Deus, Ten é só um cara gostoso como tantos no mundo! Quer dizer, ele é gostoso, é? Eu não sei. Quer dizer… Bem, eu já o vi sem camisa… E também teve aquela vez com a regata… E… Ele saiu agora há pouco do banheiro... sabe? Então eu acho que talvez ele seja. Não sou eu que dito isso — até porque nem estou interessado —, mas sim a sociedade. E acredito que sociedade o ache bem gostoso.

CRAZY TAXI (BY MISTAKE) ✘ tae.tenOnde histórias criam vida. Descubra agora