34 - Nem todos namorados namoram

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— Gostou? — quero saber, procurando em seu rosto qualquer sinal de que tenha gostado

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— Gostou? — quero saber, procurando em seu rosto qualquer sinal de que tenha gostado. Na verdade, tem uma careta estampada em seu rosto.

— Não — ele põe o copo sobre a mesa. — Você pediu e vai beber.

— Eu não gostei, mas não quero jogar no lixo — olho o copo dessa bebida cujo nome eu esqueci, mas acho envolve fruta e leite. — Você não quer mesmo?

— Você pediu e vai beber — reforça. Eu reviro os olhos. — Nem adianta me olhar assim. Eu te disse para pedir algo que você já conhecia e que gosta.

— Eu quis experimentar algo novo. Ultimamente tenho experimentado coisas novas. Tipo sair com um babaca sem noção que se acha o dono da verdade e tem um carro que eu não sei como ainda está de pé.

— Ai, eu só não te dou uma resposta a altura, Taeyong, porque não quero tirar minha good vibe — ele estica as pernas sobre a mesa do restaurante e se recosta na cadeira. Quase rio com essa sua dramatização de relaxado que não quer estresse.

Good vibe? — repito, irônico. — Não vejo nada de good na sua vibe. Stress vibe? Sim, com certeza.

— Nossa, como você é infantil. Sinceramente, Taeyong, eu só estou aqui agora pelo dinheiro, caso contrário eu já teria largado você no meio da rua e ido embora.

— Faça isso agora — pego meu hashi e me sirvo com um nikuman. Com a boca cheia, complemento: — Então por que fica me beijando toda hora, se só quer o dinheiro?

— O golpe do baú, anjinho.

Me engasgo e acabo tossindo, ainda mais porque ele disse isso passando a mão pelas minhas costas. Sim, eu me engasguei porque um cara me chamou de "anjinho" num momento em que eu não estava preparado.

— Yah, Ten! Coma aqui e vê se procura algo para fazer — com meu hashi, pego outro bolinho para Ten e levo até sua boca. Ele sorri antes de morder metade.

Ponho a mão embaixo do bolinho para que o recheio, caso caia, não suje o chão do restaurante nem nossas roupas. Aguardo Ten mastigar enquanto também mastigo. Depois, ele abocanha a última parte do bolinho, e acabo afastando o hashi. Mesmo comendo, ele acaricia minhas costas, sua mão subindo e descendo repetidas vezes.

— Mas e como vai ser? — pergunto assim do nada, virando o rosto para o dele.

— O quê?

— Você vai ou não à minha casa?

— Cacete, Taeyong, você não para de me pedir isso. Tá, tá, eu vou — revira os olhos dramaticamente e até mesmo afasta a mão das minhas costas. O que é uma pena, porque estava gostando do contato. — Só pra você me deixar em paz.

— Se for assim, eu não quero.

— Então não vou.

— Não vai mesmo?

— Eu vou, porra.

— Pois bem — ergo o nariz e conserto a postura. Ten apenas me observa em silêncio.

— Inacreditável… — resmunga baixinho. — Vai beber o suco não?

— Não — abano a cabeça.

Ten solta um pigarro e um xingamento em tailandês bem baixinho, mas pude escutar. Pego um mais um bolinho para comer e é nesse momento que Ten agarra o suco de novo e puxa para si. Eu só fico observando com a boca cheia.

— Tudo eu, tudo eu… eu faço tudo… — reclama ainda, antes de virar o conteúdo do copo todo goela abaixo. O cara é um monstro.

— Hm… — tento mastigar o máximo que posso para liberar espaço pra falar. Toco seu braço, chamando sua atenção. — Obrigado!

Ele revira os olhos e fica de cara feia. Aperto sua bochecha e quase no mesmo instante ele sorri. Ele é bem bobinho quando quer e nem parece, porque vive sério e com cara de pessoa fechada, fria, sem coração. Mas é bobinho por dentro.

CRAZY TAXI (BY MISTAKE) ✘ tae.tenOnde histórias criam vida. Descubra agora