37 - O caso do camarão ataca novamente

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Acabei dormindo no chão mesmo

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Acabei dormindo no chão mesmo. Ten saiu com Johnny ontem à noite, mal olhou para mim. Eu também não quero que ele me olhe, porque é doloroso demais. Eu dormi chorando e, honestamente, foi exaustivo. Meus olhos ainda ardem. Eu não queria nem estar vivo.

Tentei soltar minhas mãos de novo, porém não adiantou, para variar. Aposto que depois disso, se eu sair vivo, terei uma marca ao redor dos pulsos. E eu nem acho que meu pai vai aparecer na China só para me livrar deles. Eu já perdi as esperanças, de tanto que vi esse caras saindo e entrando. Acho que estamos numa espécie de armazém ou sala dentro desse galpão. Eu não sei muito. Hoje de manhã o vento passou forte e trouxe para perto de mim um folheto de escolinha privada. A mensalidade é ₩ 100.000 por mês. Como eu não tinha nada para fazer, quis descobrir o quanto a escola arrecadaria num ano, com quantidades de turmas diferentes e também de alunos. Devo ter gastado uma hora e meia fazendo cálculos mentais. Eu digo isso porque parece o verdadeiro fundo do poço.

Hoje não me deram café da manhã. Não vi Ten, não vi Johnny, não vi Jaehyun. Estou com fome. Não sei que horas são. Não sei quanto tempo vou ficar aqui. Fiquei com pavor de fazer cálculos, embora eu tenha ficado tanto tempo fazendo que com certeza consigo fazer Bhaskara de cabeça. Eu não quero fazer Bhaskara de cabeça, eu quero comer. Eu quero sair daqui. Eu quero sair daqui, nem que seja a pé.

É verdade… eu falei mal da minha ex com Ten, crendo que ele era melhor. Olha só a ironia da vida. Olha só.

— Ele já comeu? — alguém entra onde estou.

Percebo que tem três caras no momento me monitorando. Um na entrada, um atrás de mim e outro está na minha frente. Todos sentados. Quando não estão conversando entre si, estão no celular ou olhando para mim. E toda vez que me mexo, eles se atentam aos meus movimentos.

— Não — o que está na minha frente responde. — E como estão indo as coisas?

— O pai está tentando negociar, mas eu tenho receio de que ele envolva a polícia nisso — o outro comenta.

— Se ele for inteligente, não — este ri.

Eu fecho os olhos por puro cansaço. Não aguento mais ficar nas mesmas posições. Não aguento mais.

— Trouxemos comida! — algum outro também entra, dessa vez com duas sacolas plasticas com aparentemente algo pesado dentro. — Vamos dividir.

Em alguns segundos, todos eles se juntam e começam a pegar. Eu não sei do que se trata, mas o cheiro me parece agradável. Meu estômago embrulha e eu me sinto mal. Eu vou ficar com fome.

— Sim… exatamente… — a voz de Johnny surge também.

Viro-me para olhar e noto o triozinho chegando. Ten está vestindo roupas diferentes. Está sério, como sempre. Não olha para mim.

— Compraram comida? — Jaehyun se interessa pelo assunto.

Ah, claro, bem melhor focar na comida do que vir checar se estou bem…

CRAZY TAXI (BY MISTAKE) ✘ tae.tenOnde histórias criam vida. Descubra agora