29 - Sobre como beijos atrapalham relacionamentos comerciais

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Não sei que horas são

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Não sei que horas são. Sei que está de manhã. Meu corpo está dolorido, como sempre, porque não aguento mais dormir no carro. Mas quando eu abro os olhos, não consigo ficar bravo nem nada. Vejo as pálpebras fechadas de Ten e tudo em mim evapora, fica turvo ou embolado. Ele está deitado no banco de motorista que está reclinado, abraçando a pelúcia que lhe presenteei. E agora eu me lembro do que rolou ontem. Isso é incrível.

Claro que não nos beijamos muito, ficamos envergonhados e logo caímos na estrada. Ocupei-me assistindo a um filme de animação enquanto ele estivera cantarolando uma dessas músicas que nunca se cansa de escutar. Eu dei um desconto, afinal estava de bom humor. E agora meu corpo dói, porque tenho dormido meio mal. Com certeza vou pedir que, se caso não cheguemos hoje, que por favor pare num hotel para dormirmos dignamente. Vou me lembrar de sorrir e tentar fazer charme para conseguir. Posso usar isso como arma, afinal ele também gosta de mim.

Saio do carro meio trôpego, estou cansado e certamente morrendo por um café. Mas ao invés de ir arranjar café, eu encontro a alguns metros do carro um desses comerciozinhos legais que vendem sanduíche, smoothie, milkshake e outros mais. Eu compro um smoothie de manga. Poderia até comprar para Ten, mas ele está dormindo profundamente e não sei se irá acordar tão cedo. Vou deixá-lo dormir, afinal ele não tem dormido direito.

Caminhando a esmo, encontro uma pracinha nessa cidadezinha pequena e é para ela que vou. Termino meu smoothie com certa pressa, depois vou brincar com os equipamentos de atividade física. Nunca fui muito de usar lugares públicos para tal, além de que eu morro de preguiça de fazer atividade física — um beijo aos meus médicos que vivem me indicando para fazer —, mas aqui estou eu.

Não demora muito para que o tédio me espanque, então volto ao carro. Ten ainda dorme. Se fosse antes, decerto eu daria uma chacoalhada pouco carinhosa no seu corpo. Mas agora tudo que consigo fazer é admira-lo pela janela e pensar em como ele é fofo quando está dormindo.

Queria tocar seu rosto, mas não posso. Gostaria também de apertar suas bochechas e deixar alguns beijos no seu rosto. Sei que posso estar agindo de uma maneira bem emocionada agora, mas… poxa, é o que eu sinto e cansei de esconder isso. Deve ser legal ter Ten por perto assim, o tempo todo, e ser abraçado por ele. Eu gostaria de ser abraçado por ele. Quer dizer, mais vezes…

— Ai, que susto! — assim que abre os olhos, põe os olhos em mim e seus músculos dão um espasmo. — Por que está aí me olhando?

— Eu não tinha nada para fazer e você não acordava de jeito algum — dou de ombros e abro a porta.

Shit — ele coça a nuca e ergue o corpo para se sentar ereto. — Que horas são? Perdemos muito tempo dormindo?

— Quem se importa com isso? Vamos tomar café! — pego sua mão e puxo-a, com o intuito de que ele consiga impulso para levantar.

Assim que levanta, percebo que está próximo de mim. Nos encaramos por alguns instantes, olhos nos olhos. Seu rosto está meio inchadinho, mas seus olhos castanhos estão extremamente bonitos sob a luz do sol. Não há nada mais bonito que seus olhos, na verdade. Não me importo quão brega isso soou.

CRAZY TAXI (BY MISTAKE) ✘ tae.tenOnde histórias criam vida. Descubra agora