Apesar de termos começado fora de sintonia e da conversa estranha sobre alianças, Jonathan e eu não saímos logo daquela cama. Só precisei provar que eu não era guiado apenas pela cabeça de baixo, embora ela também desse palpite, e que eu estava disposto a ouvir e a entender qualquer coisa que ele dissesse.
Nos beijamos lentamente, depois desci beijando seu peito, barriga, coxas, sempre o olhando nos olhos, porque eu também sabia ser romântico. O surpreendi colocando-o na boca sem avisar. O engoli sem pressa, vendo-o arfar de olhos fechados e gemer baixinho. Segurei seus cabelos enquanto ele retribuía, me chupando com delicadeza para não me machucar com seus dentinhos afiados. Ele beijou meu peito e se deitou. Então elevei seus joelhos até a altura dos ombros, sempre olhando em seus olhos, e logo ele estava pedindo por mim.
Me dei conta de que Jonathan estava certo ao frear minha sede, pois o que veio depois não foi apenas gostoso: foi lindo. Sintonizados, falando abertamente de nossas preferências e vontades, nós fizemos amor. Por exemplo, ele disse que apesar de achar minha bunda um espetáculo, ele não tinha vontade de fazer diferente, e eu confirmei que ainda bem que ele não tinha vontade, pois eu também não tinha.
Feliz em meus braços, Jonathan gemia como um gatinho.
— Mas você não era o comedor de bucetas? — Provoquei, mais tarde.
— Naaah, um pouquinho só. Com você, muda tudo.
— Comigo você fica mansinho e dengoso.
— É? — Ele sorriu, bocejando.
— É. E eu adoro. Geme pra mim, gatinho! — Me virei, apertando-o. Ele fechou os olhos e aconchegou a cabeça no meu peito.
Eu estava cansado, mas Jonathan estava muito mais. Ele simplesmente dormiu. Fiquei vendo-o dormir e de olho na tela do meu celular, que mostrava as horas. Quando estava próximo do horário que Jonathan tinha dito que o pai e a madrasta voltariam, eu tentei acordá-lo. Primeiro mexi em seus cabelos, depois em sua mão, e por fim o sacudi. Ele acordou confuso, com o rosto amassado e os cabelos bagunçados.
— Dan? Eu dormi muito? — A ficha caiu e ele se levantou num pulo. — Meus Deus, a hora! Corre!
Por sorte, eu já estava vestido. Jonathan se vestiu em um minuto, e ajeitou mais ou menos o cabelo em frente ao espelho do guarda-roupa. Abriu a porta do quarto e olhou em volta.
— Espero que a gente tenha sorte e eles demorem. Vem comigo!
— Se não der tempo, você pode falar que eu sou um amigo que estava passando por aqui.
— Na hora vão notar que não é verdade. Melhor não. Eles são chatos.
Descemos as escadas correndo; Jonathan foi na frente e abriu o portão, e antes de me deixar sair, me deu um selinho rápido. Meu coração estava agitado e senti que o dele também.
Sai apressado pela rua, e antes de virar a esquina, notei um carro parando em frente ao prédio. Foi por pouco! Um minuto a mais e teríamos sido flagrados.
Continuei o ritmo acelerado até a praça, me sentei num banco e peguei meu celular. Eu ainda estava nervoso.
"Tudo bem por aí?", enviei para o Jonathan.
Jonathan respondeu logo em seguida.
"Tudo bem. Tô fingindo que tô dormindo"
"Se cuida"
"Você também"
Em casa à noite, no sossego do meu quarto, eu pus a aliança no dedo e peguei os livros de Jonathan para ler. Era uma forma de ter um pouquinho dele comigo por mais tempo. A gente não ia poder ficar juntos naquela noite porque ele viajaria cedo no dia seguinte. Eu ficaria com saudades por mais duas ou três semanas.
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Temporais
RomanceAlguns personagens dessa história aparecem em "Depois da Tempestade", mas não se trata de uma continuação. Não é preciso ler Depois da Tempestade antes. Quem leu, pode se lembrar de alguns spoilers. Sinopse Dois mundos opostos se encontram no fina...