Prólogo (cap. 1)

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E

ra uma das casas mais bonitas da rua. Tinha sido, na verdade. Agora o jardim era um matagal e havia lodo na piscina, além de embalagens plásticas que jogadas na rua por irresponsáveis eram carregadas pelo vento e se depositavam nos cantos, nas plantas, nas varandas...

Do lado de dentro, porém, não havia sujeira, apenas faltavam alguns móveis. Mas o casal que estava chegando não se importava com espaços vazios. Ela não sabia o que havia lá antes e pretendia redecorar a seu modo, e, para ele, a praticidade era mais importante que o visual. E ele gostou de ter encontrado a casa limpa. Se surpreendeu até. Tinha pensado que a encontraria destruída, como tinha sido com seu carro. Divórcio é uma merda. Mulheres loucas!

Ele tinha menos de quarenta anos e era considerado atraente. Ela tinha vinte e estava feliz, excitada. Tinha amado a casa onde iam morar. Estava abandonada e vazia, precisando de móveis e pintura, mas era só mandar alguém fazer o trabalho enquanto saía às compras. Sim, ele tinha dito que estava falido, mas não devia ser verdade. Ele não falava muito.

Ela deu uma volta pela sala e o abraçou, animada. Antes de dizer o que gostaria de fazer do lugar, ele a agarrou e a beijou na boca. Era um homem muito quente e sensual, e que se aborrecia com assuntos de obras apesar de ser engenheiro.

— Belo sofá! — ela considerou ao ser encaminhada para o grande móvel forrado de couro bege. Se inclinou para sentir se estava ou não limpo, e foi empurrada de frente para o encosto. O homem levantou sua saia e baixou sua calcinha. Antes de levar as mãos aos seus seios, ação facilitada pela blusa leve frente-única que ela usava, ele ainda comentou, desconfiado:

— Engraçado... achei que isso fosse estar diferente.

Ela apenas fechou os olhos.

Recomeçaram de onde tinham parado, mais cedo, no hotel barato onde ele se hospedara. Em pouco tempo, os corpos se moviam soltos, indo e vindo. Ela gemia enquanto ele era silencioso. Ela gostava disso.

Ele estava aborrecido depois da decisão do juiz sobre a partilha de bens; já ela estava eufórica. Tinha esperado duas semanas para conhecer a casa. Era uma bela casa. Que escadas! Seu olhar prejudicado pelo sexo bruto subia degrau por degrau. Um carpete vermelho ficaria bom ali ou era brega demais? Pelo menos ela poderia passar o dia de maquiagem e salto alto, como nas novelas.

Degrau por degrau, o prazer aumentando a cada movimento dele. Degrau por degrau...

Ao chegar ao topo, ela deu um grito. Não foi um grito de tesão, mas de pavor. Jogou o corpo para frente abaixando a saia, se cobrindo. Se soltou do amante em menos de um segundo.

— Aaaaaaah!!! Tem... tem... um...!

— Tá louca? — Ele também se compôs, irritado com a mudança brusca na mulher. — Tem o que?

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