Capítulo 9

538 74 184
                                    

     Aidan franziu a testa, encarando o rosto da mãe com preocupação. De todas as reações do mundo, ele achou que ela poderia sair correndo, ficar petrificada, ou simplesmente encarar a notícia como se não fosse algo tão surpreendente assim, mas com certeza não se preparou para a cena à sua frente. Ela não tinha desviado os olhos das duas crianças, e naquele momento os sentimentos que estava segurando dentro de si explodiram a barreira do controle que tentava manter. Lágrimas escorreram dos olhos dela, e Aidan começou a ficar desesperado por ver a mãe chorando na frente dele. Até Ravi, que nunca tinha visto isso acontecer ficou tensa do outro lado da sala, quando ergueu o olhar e encontrou os dois.

-Ravi! -Aidan chamou, pedindo que ela trouxesse os filhos.

      Ela pegou um no colo e sinalizou para que o outro a acompanhasse.

-Mãe?-chamou. -Você está bem?

     Natasha encarou as duas crianças com os olhos lacrimejados, e passou as mãos na bochecha rosada do bebê que Ravi segurava. Era uma criança linda, ambos eram a perfeita mistura do pai e da mãe.

-Oi...-ela soltou, sem saber o que dizer. -Qual é o nome dele...?

-Thomas...-Ravi apontou o bebê, e depois olhou para o menino parado ao seu lado.-E esse é o Luka.

      O menino ao lado parecia ter uns nove ou dez anos de idade, e estava encarando Natasha com um certo receio, sem saber exatamente quem era aquela mulher estranha chorando à sua frente. Ele segurou a perna da mãe, mas não desviou o olhar, continuou encarando a mulher com coragem, à espera de que alguém explicasse o que estava acontecendo. Os olhos dele eram iguais aos do Aidan, mas assim como o bebê ele tinha a cor dos cabelos da mãe, e o mesmo rostinho fofinho que o pai tinha quando era criança.

-Luka, essa é a sua avó. -apresenta Aidan, percebendo a confusão do filho. -Lembra sobre o que nós conversamos? Que ela viria te visitar?

       Luka franziu a testa, como se essa notícia tivesse deixado ele ainda mais confuso.

-A vó Diana não é assim...-ele encarou a mulher.

-Bom...a sua avó é mais...-Ravi parou, tentando explicar. -Diferente da Vó Diana... não é?

-Mas isso significa que nós dois vamos conseguir aprontar mais juntos...-Natasha abaixou, para ficar na altura dele. -Diana já está um pouquinho...velhinha...

       Ravi riu.

-Que ela não te escute dizendo isso...-avisou Ravi.

-Agora...o que você acha de...-ela revezou olhares com o filho e a nora. -De vim dar um passeio comigo?

-Mãe, ele precisa fazer tarefa...-murmura Aidan.

-Um dia só não mata ninguém...-contestou.

     Luka sorriu, começando a gostar da idéia de não precisar estudar.

-Deixa eles amor...-intervém Ravi, sorrindo. -Ela tem razão...podemos deixar o Luka com ela, e o Tomi com a minha mãe...

-Ah, nem pensar! Eu levo os dois! -sorriu, e levantou. -Me passa esse bebê fofo!

-Ele não costuma ir com pessoas que ele não conhece...-Aidan tentou explicar.-se chorar vai ser difícil você conseguir acalmar e...

-Tive quatro filhos, garoto. Sei cuidar de duas crianças...-revirou os olhos.

      Natasha recebeu a criança no colo, cheirou o pescocinho dele e abraçou com cuidado aquele corpinho em miniatura. O pequeno Thomas quis fazer birra quando se viu longe dos braços da mãe, mas Natasha ninou ele no colo e massageou as costas dele para acalma-lo. Era a mesma técnica que usava com os seus filhos quando eram pequenos, e aparentemente continuava funcionando, porque o bebê parou de soluçar e segurou o choro.

B.M ConsanguineoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora