B.M Consanguineo

Capítulo 20

        Elisabeth saiu da sala do conselho com passos apressados, como se quisesse se livrar das pessoas ali dentro o mais rápido possível. Precisava de alguns minutos de paz antes de Natasha voltar e as coisas começarem a ficar movimentadas de novo, e não respondera s milhares de perguntas daquelas pessoas. Todo mundo ali claramente duvidavam da sua capacidade, ainda mais quando expôs o seu plano na mesa e explicou exatamente como fariam para interceptar o caminhão de comida.
      Desceu pelo elevador até o andar onde Richard deveria estar trabalhando naquele momento, tinha se dirigido até ali de forma inconsciente, apenas seguindo o fluxo dos seus pensamentos, que terminavam de encaixar as peças do plano que iriam executar, como um quebra cabeça. Foi somente no momento que tocou a maçaneta da porta, que saiu abruptamente do universo paralelo no qual de encontrava.
      Pensou duas vezes antes de realmente virar a maçaneta e abrir a porta. Rick estava lá, organizando um armário de remédios no que parecia uma ordem que ele mesmo estabeleceu. Não entendia muito bem que tipo de regras ele estava usando para arrumar, mas teve que admitir que gostava da concentração dele no trabalho.

-Já senti o seu perfume, Becker.-ele soltou, sem parar o que estava fazendo.

-Você é esquisito.

     Rick riu.

-Por que está arrumando isso aí? Quando nem ao menos começou seu turno?

-Qual é o problema?

-Dedicação demais.

-E isso é problema?

-Só acho estranho...

-O que eu poderia estar fazendo? Ajudando? Não consigo nem ver um mapa, quanto mais sair lá fora com vocês. -suspirou. -Não entendo porque o pai da Natasha me trouxe também. Eu sou basicamente a âncora desse grupo.

-Oh! Quanto pessimismo...-enrrugou o nariz.

-É a verdade. -deu de ombros, parando o que estava fazendo. -Consegue lembrar alguma coisa em que eu tenha contribuido?

-Cobriu a Natasha e eu, lembra?

-Isso não conta...-bufou.

-Pra quem lutou na guerra tanto quanto eu, deveria saber que não existem postos mais importantes.-cruzou os braços.-A sua parte não é mais importante que a minha e vice e versa. Ambos dependem um do outro.

-Veio até aqui pra me animar?

-Não...pra fugir...-admitiu e sentou sobre uma das mesas.-Preciso relaxar minha cabeça um pouco.

-Conheço algumas formas de fazer isso...-sorriu malicioso.

-Tira esse sorriso malicioso do rosto, seu libertino.

-Libertino? Faz tempo que alguém não me chama assim. -sorriu.-Mas você é ainda mais libertina, porque eu só estava propondo uma luta.

          Ela ficou em silêncio, e Richard conseguiu interpretar bem aquele silêncio.

-Estou falando sério! Faz tempo que não prático...desde que chegamos!

-Os agentes devem estar treinando agora, porque temos uma missão hoje.

-Qual o problema?

-Vai mesmo querer que alguém te veja apanhar?-provocou.

-A última vez que você lutou comigo, eu ainda estava aprendendo.

-Tudo bem, vamos lá Doutor.-desceu da mesa, e ofereceu sua mão para guia-lo.

-Vamos apostar alguma coisa? -indaga, quando alcançaram o corredor.