Capítulo 44

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     Elisabeth soltou abruptamente a mão do homem febril assim que ouviu o som do trinco da porta sendo girado, e se afastou da cama em busca de algum esconderijo, temendo que algum enfermeiro ou médico estivesse voltando para checar o paciente. No entanto, não houve tempo suficiente pra que conseguisse se esconder, e foi pega no pulo quando Diogo adentrou o quarto com o tablet em mãos e franziu a testa na sua direção.

-Elisabeth? -questionou. -O que faz aqui?

-Soube do estado dele. -apontou o parceiro. - Então descidi fazer uma visita, afinal vocês dois são meus únicos amigos nessa cidade.

-Você sumiu ontem anoite.

-Com toda aquela confusão, minha amiga achou melhor ir pra casa. Desculpe não me despedi, é que não foi muito fácil te entrar no meio daquelas pessoas.

-Tudo bem. -suspirou, jogando o tablet em cima da cama. -As coisas ficaram realmente agitadas ontem anoite. Mas já que somos amigos...isso é o suficiente pra te fazer estudar aqui?

-Eu gostei da faculdade, e da companhia.-confidenciou, vendo um sorriso aparecer no rosto dele. -Com certeza planejo estudar aqui. Mas primeiro quero ter um tempo de descanso.

-Férias? -sorriu.

-Sim, mas como o campus é aberto planejo visitar vocês as vezes. -deu de ombros.

-O campus é aberto, mas só os alunos podem circular por aí. Você tem sorte de não ter sido pega ainda. -explicou. -Então tome cuidando quando decidir visitar a gente, beleza?

-Pode deixar. -concordou. -Os médicos disseram alguma coisa a respeito dele?

-Só que estão investigando a causa.

        Diogo espiou o amigo, que já tinha fechado os olhos novamente e caído no sono devido ao cansaço de dialogar com Elisabeth.

-Mas voltando ao assunto das proibições, acho melhor você sair daqui o quanto antes. As coisas vão ficar rigorosas aqui no campus.

       Ela franziu a testa, confusa.

-As Olimpíadas NUM vão começar em alguns dias, e hoje a comandante do exército está aqui supervisionando o aumento da segurança pra receber os outros países. -revirou os olhos. -Aparentemente o número de soldados vai aumentar, porque devido a superlotação de pessoas será difícil controlar tudo pelas câmeras.

-E onde ela está?

-Procurando o primo dela. -respondeu, apreensivo. -Eu vim pegar minhas coisas e me esconder, porque a namorada dele acaba de descobrir que ele não está em missão, e a chefe dele quer saber o motivo dessa mentira e onde exatamente ele está. E adivinha quem é o cara das respostas? -apontou pra si mesmo. -E pra ajudar, o imbecil nem levou o celular! Agora eu te...-pausou, pensativo.-Ele saiu com a sua amiga, não é?

-Não. -mentiu.

-Saiu sim! -sorriu. -Você mente bem, e entendo que esteja cobrindo a sua amiga.  Mas o Alfie já me contou! Pode ligar pra esse imbecil e pedir pra ele voltar?

-Não. -repetiu.

-Essa história vai ficar pior se ele não voltar!

-Não vai não. Porque ele só vai ser pego se você abrir a boca!

-Eu não vou dedurar ele! -se defendeu.-Mas também não sei como justificar a ausência!

-Então o problema nessa equação é você. Só precisa sair de circulação.

-Isso parece a cena prévia de assassinato.-semicerrou os olhos.

-Vamos sair daqui sem ser vistos. -explicou.-Se os dois somem, automaticamente vão acreditar que estão juntos!

B.M ConsanguineoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora