Capítulo 50

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     O som dos passos apressados ressoando nas paredes da base foi ouvido muito antes de Natasha chegar a sala de reuniões, mas o que nenhum deles imaginou foi a fúria que atingiria aquele silêncio em alguns segundos.
    Depois de sair do Hospital, a primeira coisa que estava pensando em fazer era sair com Alfie e a neta até um lugar discreto, mas os seus planos foram interrompidos assim que o marido visualizou os recados no celular do atentado que tinha acontecido na faculdade. Não demorou muito até ele reunir a informação, de que a causadora havia sido presa enquanto os dois ainda estavam no hospital.
     Dessa forma, qualquer um poderia imaginar o furacão que estava chegando se apenas soubessem que não precisariam contar as más notícias, pois ela já havia sido revelada.
       A porta foi empurrada com tanta força que assustou os presentes, e em dois passos ela já havia desferido um soco potente no rosto de Elisabeth, que a fez bater a cabeça no encosto da cadeira. O movimento foi tão rápido e surpreendente que nem a própria francesa conseguiu reagir a tempo, e ela só processou o que estava acontecendo quando sentiu a mão da bisneta envolver o seu pescoço.

-Você sabe que só existe uma coisa que jamais deveria fazer: colocar meus filhos em perigo.

       Becker não reagiu, porque entendia a fúria dela.

-Não foi culpa minha. -respondeu, tão calma que assustou ainda mais os presentes. -E socar o meu rosto não vai resolver nada, então porque não para de drama?

       Sentiu os dedos dela apertarem ainda mais, e xingou mentalmente em francês, certa de que a marca ficaria na sua pele.

-Eu fiz o melhor que poderia fazer naquele momento...-pausou, incomodada pela sensação de garganta espremida.

-Você poderia ter me avisado, e o resgate teria acontecido antes mesmo de alguém tirar ela daquela faculdade. Mas não avisou! E sabe porque?! Porque...

-Porque eu priorizei a missão antes dos seus filhos. -respondeu. -E você deveria fazer o mesmo. Estamos aqui para salvar todas essas pessoas, e as informações que havia naquele hospital eram necessárias!

-Eu poderia ter conseguido aquelas informações outro dia! -devolveu.

-Aé? -debochou. -Iria até a faculdade e resgataria a filhinha? Ai você já fazia o favor de denunciar ao governo que mais de um rebelde está dentro da cidade deles! Por enquanto, a suspeita é que apenas ela conseguiu entrar! Quer envolver todo mundo?!

-E qual era a sua idea?! Deixar ela presa?!

-Nós vamos regata-la.

-Isso quando conseguirmos saber onde ela está! E até lá?! Sabe o que fariam com  um sangue como dela nas mãos?! É você não sabe! Você colocou uma bomba nas mãos deles!

-Tomei a decisão necessário naquele momento, Morgan. -reafirmou. -Isso não significa que ela seja perfeita. Agora solta o meu pescoço, ou vou cortar a circulação da sua perna até que não sinta mais os seus dedos!

        As duas trocaram olhares raivosos por mais cinco segundos, antes de Natasha abrir a mão e se afastar do pescoço dolorido da bisavó.

-Eu vou abrir uma excessão porque entendo a sua preocupação. Mas a próxima que decidir socar a minha cara, espero que saiba como se defender.-ameaçou Becker, massageando a pele.

-O mesmo vale caso decida colocar meus filhos em perigo de novo. -contra atacou Natasha, sentando na cadeira disponível ao lado.

       Ambas concordaram com a cabeça, por mais que não estivessem realmente arrependidas do que fizeram.

-Alfie não conseguiu descobrir pra onde levaram ela. -iniciou Natasha, como se nada tivesse acontecido.

-Jamie está vasculhando as coisas do governo em busca disso.-acrescentou Becker.  -Mas só podemos agir depois que soubermos onde ela está. Conseguiu as informações do hospital?

B.M ConsanguineoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora