Capítulo 51

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Dentro do elevador, o grupo de quatro pessoas estavam encostados nas laterais do curto espaço que havia ali, certos de que aquele intervalo seria vital para protege-los dos tiros assim que as portas se abrirem.

-O elevador ainda funciona. -constatou Velez, com estranheza.

-Jamie explicou que isso poderia acontecer graças aos geradores -respondeu Becker.

-Se eles escolheram normalizar apenas os elevadores...-Aidan raciocinava.

-Isso significa que estamos indo pra uma armadilha. -falou Becker, nem um pouco preocupada. -E que não se incomodaram nem um pouco em disfarçar.

-E agora? -questionou Diana, preocupada.

A chegada ao andar inferior interrompeu a resposta, mas qualquer um que pudesse enxergar o rosto de Elisabeth naquele momento saberia o que fazer: lutar.
Os tiros irromperam o interior do elevador, tão abruptamente que a equipe se espremeu nas paredes ainda mais. Quase não havia brechas para contra atacar, e era óbvio que os soldados estavam usando a táticas ofensivas por tempo o suficiente para se aproximar e encurralar os invasores. Becker espiou por alguns segundos, e no instante seguinte voltou a se esconder e atirar contra a localização que havia decorado dos inimigos. O resultado foi instantâneo, já que a derrubada dos soldados mais próximos gerou a abertura que a equipe precisava, e finalmente começaram a se defender.
O tempo era curto, e por ser uma armadilha Lizzie sabia que não poderiam trocar tiros para sempre.

-Me cubram! -gritou, tentando se fazer ouvir.

-O que você vai...?

Aidan não teve tempo de terminar, pois viu a mulher rolar pra fora do elevador em direção barricada armada pelo inimigo num piscar de olhos. De um momento ao outro, as defesas que eles armaram para se proteger dos tiros foi tomada pela francesa, que surpreendeu os soldados com a sua chegada e desarmou os sujeitos com dois movimentos.
   Como não tinha tanta experiência com as armas usadas naquele tempo, Becker lidava perfeitamente com a versão mais simples que encontrará na base, de forma que as balas causavam um som ainda maior que os raios. Havia três homens atirando no final do corredor, e dessa vez o foco foi direcionado ao pulso dos sujeitos. Tendo em vista quê, como não havia necessidade de causar um massacre, o jeito era impossibilita-los de empunhar qualquer arma.
    Lizzie saltou de trás das barricadas, para a surpresa de sua equipe e dos inimigos, e usou desse fator para ganhar alguns segundos preciosos e se aproximar. Seus pés bateram na parede ao lado para tomar impulso, se jogou no chão e deslizou por baixo da nuvem de raios com as armas em punho, atirando mais uma vez contra os oponentes. Com a perca da velocidade, seu cérebro já estava calculando a próxima loucura quando Alisson finalmente surgiu atrás dos soldados, após seguir o som dos tiros até ali. A Morgan bateu a cabeça de um dos homens a sua frente na parede, roubou a arma e atirou nos outros dois numa velocidade tão surpreendente que teria feito a mãe sorrir e bater palmas, mas que fez a bisavó erguer uma sobrancelha enquanto se erguia do chão.
   Logo atrás dela, um homem arrastando um sujeito maltrapilho se apoiou na parede, claramente cansado de carregar outra pessoa consigo e impressionado demais pra dizer alguma coisa.

-Alisson!

    Aidan não fez questão de abraçar a irmã, e também não reconheceu quem estava sendo carregado logo atrás dela, só apressou o grupo pra que pudessem sair logo dali.

-Vamos!

     O andar inferior estava livre. A entrada foi fácil demais, e tudo isso era mais do que preocupante, pois os tiros no andar de cima continuavam soando, e algo lhes dizia que a saída não seria tão fácil assim. Por isso, assim que chegaram ao andar superior a primeira coisa que Elisabeth calculou foi como exatamente iriam escapar daquela encrenca: mais e mais soldados chegavam a cada segundo, e o número de atiradores piorava a cada instante.
   
-Onde está a minha mãe?-perguntou Alisson, preocupada. -Eles querem a minha mãe!

B.M ConsanguineoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora