Capítulo 25

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-Ele está o quê?! -Alisson foi a primeira a se manifestar.

-Trabalhando para o governo. -repete Natasha, massageando o pescoço.

-Ah, que bom que só pensou em contar isso agora. -ironiza Aidan, claramente irritado.

-É, foi bem bacana da parte dela nos deixar pensar que o nosso pai morreu.-continua Alisson, no mesmo tom.

-Como assim ele está trabalhando para o governo? -indaga Sara, confusa.

-Fizeram alguma coisa com a cabeça dele.-explica Nat. -Ele não lembra de mim, da gente e de nada que tenha haver com a sua familia. Somos completos estranhos.

-Ele perdeu a memória? -indaga Ravi.

-Isso, ou lavagem cerebral. -diz Simon, surpreso.

-Ele nao é a mesma pessoa e, é por isso que não contei...queria descobrir mais antes de dizer que se sairem la fora, correm o risco de levar um tiro do próprio pai. -Murmura Nat.

-Desde quando você sabe disso? -indaga Aidan.

-À alguns dias. -falou.

-Muitos dias. -analisou Lis. -Teria demorado quanto tempo pra contar? Um mês? Ou quem sabe esperaria que a gente levasse um tiro primeiro!

-Alisson...-Oliver segurou o ombro dela, tentando acalma-la.

-Não preciso ficar calma! -resmunga, irritada. -Aposto que você já sabia, não é?!

Oliver ficou mudo, obviamente sem condições de negar.

-Ótimo, até o Oliver sabia e a gente não.-conclui Aidan.

-Se ele não lembra de você, como isso poderia ajudar? -intervém Becker, de braços cruzados.

-A gente ja se... esbarrou algumas vezes la fora...acredito que talvez consiga me aproximar e arrancar um pouco de informações...

-Vai se entregar, e virar refém pra conseguir informações? Nada garante que ele não vai querer dar um tiro na sua cabeça. -diz Alisson.

-Não pode se colocar em risco assim. -resmunga Aidan.

-Ah, ela pode sim.-interrompe Lizzie. -Você fez besteira, e vai concertar!

-Vou sair e resolver isso. -murmura Nat.

-Não vai não. -intervém Simon. -O conselho ficou sabendo do sumiço das três, e com essas queimaduras de sol no rosto, fica bem claro pra onde foram. Eles vão querer explicações, com risco muito grande de expulsão.

-Não tenho tempo pra lidar com aquele idiotas. -contesta Natasha. -Eu vou atrás do Richard e você...-encarou Elisabeth, com um olhar significativo que ninguém ali soube entender o que era.

No pouco tempo que estiveram juntas, por incrível que pareça tinham conseguido atingir um nível de intimidade estranha, mas profunda o suficiente pra fazer com que apenas aquele olhar conseguisse transmitir o que precisavam dizer, mas não poderiam fazer e voz alta. Becker demorou um tempo para captar o olhar pesado bisneta, principalmente porque ainda estava irritada demais pra conseguir separar suas emoções do lado racional, mas quando finalmente concluiu o que a outra queria dizer, ergueu uma sobrancelha, claramente questionando aquela decisão.

-Vão ficar se encarando por muito tempo? -indaga Alisson.

-Pessima idéia. -negou Lizzie.

Ela sabia o que Natasha queria que fosse feito: uma revolta. Enquanto Nat estivesse fora resolvendo os assuntos do bisavô desaparecido, ela teria a tarefa de fazer aquela revolta que arquitetaram finalmente acontecer. Mas Becker já tinha presenciado muitas revoltas na sua vida, e sabia que aquelas pessoas ainda não estavam prontas para tal coisa. No entanto, numa coisa elas duas concordavam: a situação tinha chegado a um ponto crítico, e uma atitude precisava ser tomada. Adiantar o plano faria com que as coisas fossem bem mais caóticas, mas não impossíveis.
Soltou um suspiro audível, finalmente concordando. Precisaria improvisar, e ela odiava improvisar.

B.M ConsanguineoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora