Capítulo 2

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     A bagunça lá embaixo estava de surpreender qualquer um, o andar que Elisabeth estava tinha virado um verdadeiro caos, e ela só não tinha conseguido sair dali ainda porque não tinha a mínima idéia de como chamar o elevador, onde viu alguns agentes sumirem. Ela tinha acordado à pouco mais de quinze minutos numa sala branca com uma cama desconfortável, e a última coisa que se lembrava era do homem de cadeira de rodas que atirou nela e em Richard naquele beco. Onde ele estava? Ela até tentou perguntar isso depois que conseguiu sair daquele quarto, mas quando viu que nenhum dos homens estava disposto a responder as suas perguntas decidiu encontrar a saída daquele lugar por si mesma, e assim, se iniciou uma luta sem fim.
    Os agentes estavam armados, mas estranhamente nenhum deles parecia querer atirar, e isso à fez pensar que talvez a pessoa que a sequestrou estivesse tentado usa-la para achar Black Rose. De qualquer modo, precisava sair dali, porque aquela história só poderia terminar de uma forma: na sua morte.
   Girou no ar e chutou o rosto de um daqueles homens, com a mente totalmente perdida na preocupação que sentia por Richard. Ele com certeza não deveria ter ido atrás dela, do contrário ainda estaria no conforto e vivo com a sua filha. Estar juntos só poderia atrair perigo, e nas condições dele as coisas não poderiam ser piores.

-Pare! Não vamos te fazer mal! -um dos agentes gritou.

   Ela não deu ouvidos, se afastou, correu e deslizou no meio das pernas dele para chegar mais próxima do elevador. Seu primeiro instinto foi analisar a parede em busca de algum botão, mas só havia uma tela lisa, que ficou vermelha assim que ela passou a mão.

-Mas que negócio é esse?! -murmurou irritada.

      Um dos agentes tentou segura-la por trás, e ela se aproveitou disso para saltar e usar a parede como impulso para empurrar os dois com as pernas até o chão. As portas do elevador se abriram, e a primeira coisa que os seus olhos enxergaram foi aquele mesmo homem de cadeira de rodas sair dele, ao lado uma mulher de cabelos vermelhos que a analisou dos pés à cabeça.
     A fúria subiu ainda mais e sentiu o seu rosto ficar vermelho. Ah, não importava se aquele senhor estava na cadeira de rodas ou não, ela com certeza faria ele abrir o bico em dois segundos, seja por bem, ou por mal.
    Com um salto ela se pôs de pé e caminhou na direção do homem, mas antes que pudesse chegar a mulher que estava ao lado percebeu as intenções dela e reagiu no último instante, desferindo um chute giratório rápido e certeiro no seu peito. Elisabeth foi surpreendida pelo golpe e recuou alguns passos sem fôlego.

-Nós só queremos conversar! -avisou Natasha, se pondo na frente de Luiz para protegê-lo.

-Onde está o meu parceiro?! -indaga, se recuperando.

-Ah, eu não sei. -Nat deu de ombros.

      Elisabeth entendeu aquilo como uma recusa à dar as informações que ela precisava, e partiu pra cima com uma dúzia de socos. Natasha não demonstrava medo, e muito menos preocupação enquanto desviava das investidas da mulher, ao contrário, ela sorria como uma criança que estava comendo o seu doce favorito, e isso fez Lizzie enrugar a testa e aumentar a velocidade dos socos com certa raiva.

-Você é louca! - resmunga Lizzie, vendo que a outra só desviava e nunca atacava.

-Eu? -Natasha sorriu. -Estou esperando você ser adulta e parar para me ouvir...

     Becker se cansou daquela corrida de gato e rato e usou o indicador para tocar um ponto específico da bacia da mulher, que arregalou os olhos e tocou a região com uma expressão de dor. Natasha soltou um resmungo alto e xingou:

-Aí! Merda! Cãibra na perna!

    Sua falta de atenção fez Elisabeth finalmente acertar um soco potente no rosto dela e fazê-la cair. Nat fechou os olhos pela dor, que mais parecia um punhado de agulhas sendo enfiadas no seu nervo, e Lizzie sorriu com presunção e avançou em direção à Luiz mais uma vez. Mas antes que pudesse encostar um dedo nele, Natasha abriu os olhos com um sorriso no rosto e enrolou as pernas nas da outra como uma cobra, e a fez cair no chão. Seu nervo realmente estava doendo, mas não era dor que não pudesse suportar, e precisou deixar a outra acreditar que tinha sido derrubada para conseguir finalmente imobiliza-la e acabar com aquela troca de socos sem sentido. Becker estava no chão, com as pernas imobilizadas pela Morgan, e o tronco impossibilitado de levantar se não tinha o controle das pernas, mas seus braços ainda estavam livres, então usou de todo o seu conhecimento para tocar diversas áreas das pernas de Natasha e causar ainda mais cãibras.

B.M ConsanguineoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora