-Então, o plano é me torturar? -Natasha ergueu uma sobrancelha.
Tinham conseguido amarrar a mulher e leva-la até uma casa abandonada no meio da cidade, onde provavelmente pretendiam passar a noite, já que alguns soldados estavam descendo malas dos carros e descarregando num cômodo separado.
É claro que ela tinha aceitado estar ali de livre e espontânea vontade. Conseguiu encontrar algumas brechas para escapar, mas a vontade de saber mais sobre o que estava acontecendo era bem maior do que o apito metal avisando que estava em perigo. Não tinha tirado os olhos de Alfie, analisando a postura dele, em busca de qualquer indício de que tudo aquilo fosse parte de um plano maior. No entanto, uma coisa era certa: ele não tinha o mesmo olhar e a tratava como uma completa estranha.-Parte da tortura é o pacto de silêncio?-bufou.
-Alguém coloca uma fita na boca dela?-Alfie bufou, e revirou os olhos.
-Ei! Nem pense nisso! -um soldado colocou um fita prata na boca dela sem permissão. -Nha nha nha nhi na!
Sem saída, se recostou no sofá velho que tinham acomodado ela e esperou com tédio que os soldados terminassem de arrumar a casa e descarregar as coisas. Alfie foi o primeiro a parar o que estava fazendo, pegou um banco, colocou na frente dela e sentou.
Natasha ergueu uma sobrancelha, como quem perguntava se ele iria ficar ali só observando, e fez o homem revirar os olhos pela segunda vez desde que chegaram. Ele arrancou a fita da boca com força, e Nat sentiu a pele arder.-Vamos começar com as perguntas...-olhou para os soldados, e eles sairam da casa.
Aquilo tinha sido bem esclarecedor. Se os soldados obedeceram, ele era o chefe. A questão era saber como Alfie tinha chegado naquela posição em tão pouco tempo, porque sim, ela não tinha dúvidas de que aquele homem era o deu marido. Conhecia o cheiro, a pele, as pintas pequenas e até os poucos cabelos grisalhos que apareciam de vez em quando, e também era inocente a ponto de não desconfiar do que estava acontecendo ali. Claramente alguma coisa tinha acontecido com a cabeça dele.
-Agora posso falar? -ironizou.
-Você parece estar bem a vontade.
-Sabe como é, sinto como se te conhece à anos.-deu de ombros.
-Você me olha estranho.
-Você também.
-Comece me dizendo onde os seus irmãos estão.
-"Irmãos"? -franziu a testa.
-Você é uma Morgan, Natasha. Estou falando dos seus irmãos! Aidan, e Alisson, onde estão?
-Que tipo de erva você fumou?
Ele tirou uma faca de lâmina colorida do bolso e começou a rasgar a calça dela com a ponta do objeto, demonstrando o quanto estava afiada.
-É algum tipo de ameaça?-segurou o riso.
-Você é mais louca do que contaram...-suspirou, afastando a faca e rodopiando ela entre os dedos.
-E o que exatamente te contaram?
-Isso não é uma conversa, é um interrogatório.
-Não parece. Você é péssimo interrogando. -sorriu. -E se realmente te contaram o quão louca eu posso ser, sabe que não vai me dobrar com essa faquinha, não é?
-Quer apostar?
-Poderiamos. Mas prefiro algo divertido, você fala e depois eu falo, o que acha?
-Awn, quer meu número de telefone? Vindo de uma criminosa, isso me deixa lisonjeado.
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B.M Consanguineo
RandomNatasha Morgan nunca acreditou que isso fosse realmente acontecer na sua vida, de todas as loucuras que já viveu, aquela parecia ser a mais insana. Talvez estivesse morta, ou delirando na cama de um hospital? quem sabe? ela não sabia e nem tinha a m...