Elisabeth corrigiu pela décima vez a postura dos futuros soldados que estava moldando, e inspirou profundamente quando apenas metade conseguiu realmente aprender a sequência de movimentos. Mas diante dos recentes acontecimentos, não conseguia saber se era a incompetência deles ou a distração dela que estava atrapalhando, porque a sua mente estava ligada em Justine desde que deixou aquela saleta.
Tinha mais uma bisneta, e incrivelmente a notícia caiu sobre os seus ombros como alívio, e não com o mesmo peso que a existência de Natasha e seus filhos representavam. Afinal isso significava que Justine sobreviveu, e obviamente seguiu com a própria vida. Apesar de ter curiosidade, não precisava saber mais nada sobre a história dela e apenas aquele detalhe foi o suficiente para acalmar a preocupação que a acompanhava dia e noite.
-Eles estão melhorando. -diz Sara, parada ao seu lado.-Mas estão longe de conseguir sobreviver lá fora.
-A experiência se adquire em campo. Muitos vão morrer, e eles sabem disso. -falou, séria.
-Acho que essa é a primeira coisa não ingênua que escuto você falar. -cutucou. -Você também lutava, certo?
-É, mas deixei essa vida.
-As suas habilidades são úteis agora. Não é questão de escolha.
-Já estou te ajudando, e isso é útil. -contestou.
-Acha mesmo que eu preferia estar aqui, liderando essas pessoas que mal conheço e lutando uma guerra que não é minha? Na vida, nem sempre somos livres para fazer a escolha que queremos, porque a minha liberdade pode custar a vida deles. E a sua escolha, com certeza vai custar a vida de vários.
-Eu não luto a anos.
-Essas coisas enferrujam, mas você não esquece.
Sara permaneceu em silêncio, porque claramente não desejava lutar como Elisabeth havia dito, mas sentiu o peso daquelas palavras nos ombros porque sabia que ela estava certa.
-Já que não quer bater em ninguém. Supervisione o treino deles, já passei as sequências! Então é só ficar de olho.
-Eu não...
-Você não tem mais nada pra fazer hoje, e eu tenho que resolver mais problemas. Não queria ajudar? Eu tenho uma reunião agora.
-Não tem nada na agenda...-Sara franziu a testa.
-Eu mesma marquei. -explicou, se afastando da loira antes que ela pudesse questionar.
Elisabeth traçou um caminho até a sala de reunião, certa de que Natasha provavelmente já deveria ter chegado. Pois um pouco depois da mulher sair com o cachorro, retornou com a noticia de que Alfie estava finalmente disposto a escuta-la, e obviamente ambas concordaram que seria uma boa idéia ter alguém de dentro dos muros para ajudar. Ambas marcaram uma reunião as duas e meia da tarde, e agora era a hora de descobrir se aquela história tinha gerado bons frutos e traçar os próximos passos.
-Pensei que impontualidade fosse um problema apenas meu. -resmunga Natasha, assim que a francesa adentrou pela porta.
-Considerando as vezes que já me deixou esperando, isso não é nada. -Lizzie fechou a porta, e sentou na sua cadeira, esticando os pés sob a mesa para relaxar.-Como foi?
-Ele acreditou, e não parecia mentir. Mas sabendo que você é um ser humano extremamente desconfiado, pedi uma carga de alimentos e remédios como prova de que ele realmente está do nosso lado.
-Isso é muita coisa.
-Ele provavelmente vai conseguir metade disso. -deu de ombros. -Mas já vai ajudar muito.
ESTÁS LEYENDO
B.M Consanguineo
RandomNatasha Morgan nunca acreditou que isso fosse realmente acontecer na sua vida, de todas as loucuras que já viveu, aquela parecia ser a mais insana. Talvez estivesse morta, ou delirando na cama de um hospital? quem sabe? ela não sabia e nem tinha a m...