Elisabeth tinha calculado bem quando preveu que eles conseguiriam chegar rapidamente até elas, assim que sairam correndo de onde estavam, a mesma decidiu ser a guia daquele caminho, até porque não poderiam tomar as saídas convencionais e arriscar ser pegas. Ouviu passos subindo de encontro ao segundo andar, pelas escadarias que ficava no final do corredor, e abriu a primeiro porta que encontrou destrancar e enfiou as meninas lá dentro o mais rápido possível. A escolha tinha sido ótima, porque havia uma janela grande o suficiente para conseguirem pular, que desembocava exatamente numa daquelas pequenas vielas que ligavam uma construção à outra.
-Vamos pular? -uma das mulheres encarou a altura com medo.
-Sim. - soltou Elisabeth, tentando pensar numa saída rápida. -Na verdade vocês vão escalar...sabem fazer isso? - a maioria negou. -A distância de uma parede pra outra é pequena, vocês só precisam esticar bem os braços e as pernas.
-Isso é impossível...-soltou.
-Não é não...-revirou os olhos.-E estamos no segundo andar. O máximo que vai acontecer é vocês quebrarem um osso...
O silêncio se fez presente, e os passos no corredor ficaram mais evidentes.
-Um osso quebrado, ou uma bala?! -soltou irritada.
Uma das mulheres cortou caminho entre o grupo com passos decididos, e se pendurou na janela, colocando os braços e pernas abertos, de uma forma que cada extremidade do corpo alcançasse um lado da parede. Totalmente concentrada no que estava fazendo, e com o corpo definitivamente tenso pelo medo de cair, ela deu o empurrão de coragem que as outras precisavam para reagir e começar a fazer o mesmo. Elisabeth ficou atenta a porta, e ao que estava acontecendo no corredor. Aparentemente aqueles homens tinham passado reto, sem ao menos verificar se havia alguém escondido em uma das salas, o que definitivamente era suspeito. Becker tinha certeza que com o passar dos anos, os agentes não tinham ficado tão burros à ponto de cometer tal erro. Isso só poderia significar uma coisa: o plano de Natasha tinha funcionado, e eles estavam atrás dela. O que comprovava a única tese que veio a sua mente, que era o fato daqueles soldados terem um interesse pontual em chegar até Natasha Morgan.
-Jeni caiu! -exclamou uma das meninas, preocupadas.
-Fala baixo! -reclamou outra.
Lizzie espiou pela janela, e a outra tinha realmente caído, mas parecia bem. Também notou que duas mulheres tinham sido espertas o suficiente para montar guarda em cada lado da viela, atentas caso alguém se aproximasse.
-Mais rápido! -pediu Becker, preocupada em terminar logo com aquilo para ir atrás de Natasha.
Não queria chegar à base e ter que explicar aos filhos dela que a mãe que tinham acabado de recuperar, estava nas mãos do governo. Uma a uma, as garotas foram saindo pela janela, seguindo a receita e os passos uma das outras. Algumas caiam, mas a grande maioria teve sucesso nessa tarefa, e quando chegou a vez de Elisabeth, ela desceu escalando o mais rápido possível, chegando até a ralar um pouco as mãos por conta da pressa.
-E agora? -uma delas perguntou, ofegante.
Aquele era o mesmo estado de espírito de quase todas ali, e talvez a culpa de tudo isso fosse o medo.
-Agora...-Lizzie espiou pelo beco. -Agora vamos sair daqui.
Não havia nenhum homem no pátio, mas não poderia ter a garantia de que ninguém estivesse escondido ali, pronto para agir.
-O plano é o seguinte...-vasculhou o pátio com os olhos. -Vocês vão fugir. Estamos perto do portão principal, então não será tão difícil assim correr até lá.

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B.M Consanguineo
DiversosNatasha Morgan nunca acreditou que isso fosse realmente acontecer na sua vida, de todas as loucuras que já viveu, aquela parecia ser a mais insana. Talvez estivesse morta, ou delirando na cama de um hospital? quem sabe? ela não sabia e nem tinha a m...