Capítulo 12

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      Elisabeth não tinha gostado nada da idéia de não poder sair daquela base, aquelas regras, aquelas proibições e estar trancada ali dentro a fazia lembrar dos tempos com o general. Acontece que naquele momento ela sempre conseguia dar um jeito de escapar, mas ali a coisa era diferente, porque seu pai jamais teria expulsado ela de casa se fizesse algo errado. Ouviu as instruções de Aidan à respeito do seu papel naquela equipe, e reconheceu mais uma cara conhecida além do rosto de Ravi, e essa figura era a de Nick. O irmão de Carla e o sujeito que tinha trazido eles até ali.
      A sua tarefa? Nada mais era do que fazer guarda pela base, evitando qualquer briga e anotando as inflações dos moradores daquele lugar. Até pensou que Natasha tivesse a mesma função, mas quando saiu do salão e a viu conversando com o seu líder concluiu que teria mesmo que perambular por aí sozinha. Derrepente ela sentiu como se ainda estivesse na OSCU, naqueles anos terríveis onde era mais secretaria do que propriamente uma agente. Porém, já tinha aprendido a lição e não deixaria que aquelas pessoas à colocassem de escanteio novamente, como uma bonequinha frágil que precisava de proteção. Quanto mais rápido resolvessem tudo, mais rápido poderia voltar ao seu tempo.
    Sabia que Natasha já tinha um plano B, mas não ficaria esperando a outra tomar a iniciativa de deixar um pouco o papel de mãe de família pra fazer o que era preciso. Acatou as ordens de Aidan, justamente porque essa função renderia bons frutos: se tinha liberdade de andar pela base, também poderia conhecer cada detalhes daquele lugar. Continuou andando, primeiro por locais e caminhos que já conhecia, e depois que sentiu que ninguém mais parecia vigia-la, saiu explorando novos horizontes.
    Seus olhos encontraram a figura conhecida de Richard no final do corredor, vestindo um jaleco branco e conversando com uma mulher que parecia toda animada por receber a atenção dele. Lizzie até tentou virar e sair dali antes de ser vista, mas essa mesma mulher pareceu reconhece-la e acenou com as mãos, provavelmente dizendo à Rick que ela estava ali. Sem opções, Becker soltou o ar pela boca e caminhou na direção deles para cumprimentar.

-Oi! Meu nome é Camila! -a mulher sorriu, animada.

-Elisabeth. -Becker moveu a cabeça em cumprimento, e a outra ficou um pouco sem graça pela seriedade das ações dela.

-Bom...eu...vou indo...-Camila ajeitou o jaleco e segurou o trinco da porta atrás de si. -Ainda tenho alguns pacientes pra atender. Te vejo mais tarde Rick.

       Julie não pôde evitar franzir a testa. "Rick"?

-Até mais, Camila. -Morgan sorriu.

       A mulher se despediu de Elisabeth com um sorriso simpático no rosto, e escapou dali quase correndo ao girar a maçaneta e entrar na sala.

-Já fez amigos? -Lizzie demonstrou interesse.

-Ela é legal. -sorriu. -Tem me ensinado bastante dessa "nova medicina". E você? O que faz aqui? Veio visitar?

-Minha nova função é fazer ronda pela base. -bufou.

-Que injusto, eu aqui trabalhando e você andando por aí. -Cruzou os braços.

-Eu não estou te vendo trabalhar. -devolveu.

-Eu só resolvo coisas simples, lembra? Ninguém quebrou a perna, ou deslocou um ombro hoje.

-Morgan...-Becker falou mais baixo. -Por acaso você já conhece algumas coisas dessa base?

-Está falando de lugares proibidos? -adivinhou. -Não muito.

-Muito bem, então eu tenho um função pra você.

       Ele franziu a testa atento, e um pouco ansioso por finalmente poder ajudar.

-Quero que ande por todos os lugares dessa base e faça um mapa mental, pra depois escrever num papel. Consegue? Vai precisar decorar os caminhos e depois desenhar.

B.M ConsanguineoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora