O dia havia amanhecido mais cedo do que Alfie imaginou, entre idas e vindas de um sono extremamente leve durante aquela noite, ele agradeceu por finalmente poder sair daquela cama e fazer o que estivera pensando durante as últimas horas.
Poucas pessoas circulavam pelo corredor quando chegou até a base secreta, que tornava-se cada dia mais conhecida aos seus olhos. Ele andou durante quase meia hora antes de encontrar quem estava procurando, e caminhou com passadas apressadas em direção ao sujeito com uma bandeija nas mãos. O refeitório estava quase inteiramente vazio, e foi avistado antes mesmo de cumprimentar o outro:-O que faz aqui? -Oliver franziu a testa.-Aconteceu alguma coisa com a Natasha?
-Preciso falar com você.
-Eu estou indo levar o café da manhã pra um amigo...-explicou.
O outro Kansas estava no seu quarto a pouco mais de quinze minutos esperando o café da manhã, e exatamente por isso deixar que esse Alfie o acompanhasse era um perigo.
-Podemos fazer isso mais tarde?
-Não. -negou. -Me desculpe, mas não posso mais esperar.
Pela cara dele, o homem logo conseguiu adivinhar o que poderia ser, e travou momentaneamente com a bandeija nas mãos quando não conseguiu encontrar um motivo para dispensa-lo.
-Eu...
No entanto, seu desespero evaporou assim que viu sua sobrinha entrar pela porta com o filho no colo:
-Ravi! -chamou. -Pode levar isso até o meu amigo doente?
A mulher estava com uma criança no colo, e claramente não conseguiria levar aquela bandeija, mas não precisou de muito esforço para entender o que estava acontecendo. Concordou com a cabeça, e entregou o bebê ao tio.
-Cuide dele enquanto levo o café. -suspirou, cansada. -Tem uma vasilha de frutas na cozinha debaixo do armário de panelas, consegue fazer ele comer?
-Eu sou o encantador de crianças! -brincou, movendo a criança no colo para acorda-la. -Ei garoto! Acorda! É hora de comer!-o pequeno fez uma careta de choro. -Quê? Isso pra mim é cara de fome!
Oliver deu dois saltinhos com ele nos braços e começou a correr em direção a cozinha, enquanto emitia sons de um carro funcionando pela boca. A agitação toda fez Thomas acordar e soltar uma risadinha gostosa, o que também animou as poucas cozinheiras que já transitavam por ali. Todas já conheciam a criança, e a rotina que mãe costumava levar com o bebê, por isso não foi difícil alcançar o café da manhã com ele no colo e encontrar o caipira do lado de fora novamente.
-Você está parecendo um morto vivo. -cometou, sentando na mesa que Alfie encarava com o olhar perdido.
-Preciso conversar com você. -repetiu, saindo do transe.
-Isso você já disse. Desenbucha logo. -abriu o pote de frutas e começou a alimentar o sobrinho.
-Noite passada tive uma visão...bom, uma memória. -gaguejou, confuso. -Natasha e eu estavamos num lago...era um barco? -moveu a cabeça, como se concordasse consigo mesmo. -Era um barco. Nós estavamos conversando sobre coisas bem...intimas. Parecia um casamento. -Suspirou audívelmente antes de perguntar. -Era um casamento?
-Está me perguntando isso? -questionou Oliver, depois de notar os segundos de silêncio.
-Eu preciso saber.
O homem soltou o ar entre os lábios e continuou alimentando a criança.
-E então...? -incentivou Alfie, aflito.
ESTÁS LEYENDO
B.M Consanguineo
RandomNatasha Morgan nunca acreditou que isso fosse realmente acontecer na sua vida, de todas as loucuras que já viveu, aquela parecia ser a mais insana. Talvez estivesse morta, ou delirando na cama de um hospital? quem sabe? ela não sabia e nem tinha a m...