-Então, agora você comanda a resistência? -ergueu uma sobrancelha.
-Uma das duas tinha que trabalhar. -provocou Lizzie.
-Alfie conseguiu as bombas?
-Conseguiu o suficiente. Nós precisamos conversar assim que você tomar um banho.
-Estou fedendo?
-Urina e vômito. -respondeu. -Te espero na sala de reuniões?
-Aham. -confirmou. -Só preciso ver como meu filho está primeiro, e depois apareço por lá.
O grupo havia acabado de chegar a base, foi um longo caminho entre a fuga e o abandono do helicóptero roubado, principalmente porque não poderiam deixar rastros se quisessem viver. Mas depois que fizeram tudo isso, parecia que os músculos de Natasha estava finalmente cobrando a fatura daquele plano maluco. Elisabeth parecia continuar funcionando a todo vapor, mas ela estava verdadeiramente cansada. Precisava de um banho, e talvez alguns minutos de silêncio total. Por isso, seguiu até o seu quarto o mais rápido possível e desviou de qualquer rosto conhecido.
A água do chuveiro levou toda a sujeira e odor ruim que estava carregando, e como sempre, desempenhou uma função terapêutica que fez o seu corpo relaxar. Não poderia ficar muito tempo ali embaixo, afinal havia um tempo estipulado para cada banho naquela base, mas foi bom desfrutar daquela sensação enquanto durou. Se enrolou numa toalha amarela, e voltou ao mundo real.
Encontrar com Turner na prisão não trouxe as respostas que precisava, e a verdade era que eles precisavam de muito mais informações se quisessem impedir aquele futuro caótico. O plano B de resolver toda aquela situação no presente estava em andamento, enquanto o A nem mesmo havia saído da planta. Tinha conhecimentos suficientes para investigar no seu tempo, mas suspeitava que as chances de falhar eram tão altas quanto a quantidade de vezes que já havia passado por isso e fracassado.
Vestiu uma roupa confortável, bateu os cabelos para tirar o excesso de água e partiu em direção a enfermaria. As pessoas ali dentro continuavam vivendo como se aquela base fosse um universo separado do mundo a fora, e ao mesmo tempo que isso poderia ser acolhedor, também era assustador. A realidade chegaria em breve a porta, e ninguém estava preparado para lidar com isso.-Vovó!!
Um grito fino interrompeu os seus pensamentos, e por alguns instantes Natasha realmente esqueceu que poderia ser com ela.
-Luka! -sorriu, assim que avistou a criança.
-Você não veio mais brincar comigo!
-Eu andei meio...atarefada...-enrugou o nariz.
-Até pra brincar?
-É...-coçou a cabeça, sem saber o que dizer.
Natália estava acompanhando a criança, e apesar de não dizer nada quando os dois se aproximaram, não deixou de examinar a mãe dos pés a cabeça em busca de um relatório sobre o estado dela.
-O que você tem feito?
-Hoje eu pintei uma floresta! -sorriu, feliz. -A tia disse que florestas não são azuis, mas que lá fora existem flores azuis! Não é legal? Quando você for lá, pode trazer uma pra mim?
O incomodo foi evidente no rosto da filha, afinal o fato de uma criança de dez anos não se lembrar de coisas tão simples do mundo exterior era em parte, culpa dela.
-Claro! -sorriu. -O que mais você quer ver?
-Sorvete! Lueny disse que é gostoso!
-Não posso trazer sorvete aqui...-explicou, penteando o cabelo dele com delicadeza. -Não é justo trazer só pra você, e o seus amiguinhos ficar olhando, né?
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B.M Consanguineo
RandomNatasha Morgan nunca acreditou que isso fosse realmente acontecer na sua vida, de todas as loucuras que já viveu, aquela parecia ser a mais insana. Talvez estivesse morta, ou delirando na cama de um hospital? quem sabe? ela não sabia e nem tinha a m...