-Sabe, eu fiquei me perguntando quando você viria me ver. -comentou, antes que Natasha pudesse se aproximar.
Apesar dela não estar tentando esconder os seus passos, era impressionante que a mulher estivesse tão atenta.
-E você está bem treinada. -analisou.
-Não sou mais uma criança. -respondeu, devolvendo o livro na prateleira. -E a biblioteca não é tão segura quanto pensa. Não deveria estar aqui.
-Sei me cuidar, Sofia.
A morena soltou um suspiro profundo, certa de que não adiantaria discutir.
-É impressionante como você continua igual. -sussurrou.
-É um elogio?
-O que você acha?
-Vou tomar como um elogio. -deu de ombros.
-Obrigada. -sussurrou, e viu a confusão no olhar da outra. -Por se lembrar de mim...por...me acordar...eu pensei que você estivesse morta...e depois ela morreu e...eu fiquei sozinha. Posso...te abraçar?
-Bom, acho que...-franziu a testa, com os sentimentos aflorando dentro de si.
Ainda era estranho o modo como os sentimentos retornavam e borbulhavam no seu estômago.
-Sim.
Sofia encheu os olhos de lágrimas e puxou Natasha para um abraço, comovida demais pra continuar mantendo a mesma postura séria.
-Eu senti a sua falta...
De forma mecânica, Natasha retribuiu o abraço com lentidão, mas apertou a mulher nos braços para fornecer o máximo de conforto possível.
-E você...-suspirou. -É tão parecida com a minha mãe. Obrigada por me fazer lembrar dela...eu tinha esquecido dela, do meu pai...esquecido de tantas coisas...
-O seu pai ainda está esperando por você.-interveio. -Oliver teria uma parada cardíaca só de te ver.
-Você sabe onde ele está? -se afastou do abraço, limpando os olhos. -Sabe onde o meu pai está?!
-Aham. -sorriu. -Mas é difícil de explicar como chegar até lá.
-Então me leva!
-Sofia, ainda não é um bom momento.
-Você veio até aqui! A faculdade ainda está cercada de soldados e você entrou! Não vai ser difícil chegar até ele!
-Eu sei. -bufou.
-O que foi?
-Nada. Só não estava nos meus planos ir até lá.
-Eu não vejo ele a quase cinco anos. Pode mudar esses planos? Por mim? -implorou.
-Vamos conversar sobre isso amanhã.
-Ah! Não! Eu conheço essa técnica!-apontou. -Qual é, Nat! Não vou conseguir dormir sabendo que agora tenho a possibilidade de ver ele!
-É perigoso.
-Pra mim? Talvez. Mas não se estiver com você! Essas câmeras não são um problema pra mim, e você sabe despistar os soldados!
Realmente, Sofia tinha feito um belo trabalho invadindo o sistema de câmeras da faculdade assim que soube que Natasha estava a caminho, então foi relativamente fácil entrar desapercebida.
-Ok. -concordou. -Mas não agora.
-Quê?!
-Você divide quarto com uma militar, e um bando de fofoqueiras. Se alguém acordar e não te ver na cama vai levantar dúvidae. É melhor aproveitar um horário mais movimentado.
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B.M Consanguineo
AléatoireNatasha Morgan nunca acreditou que isso fosse realmente acontecer na sua vida, de todas as loucuras que já viveu, aquela parecia ser a mais insana. Talvez estivesse morta, ou delirando na cama de um hospital? quem sabe? ela não sabia e nem tinha a m...