Capítulo 61- Passado no Presente.

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   A última coisa que Alisson esperava era encontrar a sua irmã no mesmo dia que reencontrou a sua mãe, principalmente porque sua atenção não estava exatamente nela, e sim no sujeito de mãos dadas com ela. Depois de tudo o que tinha acontecido, ver a sua irmã ao lado do homem que ela um dia amou trouxe um gosto amargo à sua boca, pois não demorou muito até ligar as peças e concluir quem era o pai da sua mais nova sobrinha.
   Os dois também enchergaram as duas mulheres, e assim como elas analisaram pacientemente a situação. Natalia havia ido até ali assim que soube que a Morgan não estava bem, e tinha que confessar que ficou realmente surpresa em encontrar aquelas duas pessoas no corredor. Principalmente porque a notícia que Alisson Morgan era sua irmã ainda estava perturbando a sua mente.
    Por causa disso, contra todas as espectativas ninguém sacou uma arma, e as duas duplas se aproximaram com passos cautelosos.

-Vocês insistem em invadir a minha cidade e brincar perigosamente com a minha paciência. -iniciou Natalia.

    A verdade era que seus soldados vaculharam cada canto dessa cidade em busca do esconderijo daqueles rebeldes, e era extremamente frutante ver que mesmo assim eles entravam e saiam como se aquela fosse a casa deles.
   Becker observou a mão do acompanhante da comandante se dirigir discregamente até o cós da calça, e tencionou os músculos.

-Você deve ser Elisabeth. -a comandante sorriu, analisando a francesa. -Depois do show que você deu no centro da cidade, não demorou muito até descobrir a sua identidade. Elisabeth Becker. Esse foi o nome que recebemos do alto escalão. -suspirou. -E não demorou muito até chegarmos ao sobrenome Austen depois de saber como Natasha Morgan chegou a esse tempo.

    O relatório de Sofia tinha sido realmente esclarecedor, por mais que ainda fosse muito escasso quanto aos detalhes, confirmou que realmente existia um experimento em processo a cinco anos, e que sumiu dos arquivos do governo misteriosamente.
     Seu marido franziu levemente a testa na sua direção, claramente confuso com as palavras que escutara, já que a comandante ainda não tivera tempo de compartilhar aquelas informações.

-Uma mulher a frente do seu tempo.-concluiu Nat.

-Isso tudo pra pedir um autógrafo? -Lizzie ergueu uma sobrancelha.

     A frase desencadeou o que todos estavam escondendo desde que aquela conversa começou, e quase no mesmo instante os quatro sacaram as armas da cintura.

-Você pode atirar, mas todo mundo morre. -murmurou Alisson.

-Ok...vamos resolver isso sem armas.Esse é um espaço curto demais pra tantas armas!-concordou Natalia. -No três todo mundo abaixa, combinado? Um...dois...e tre...
  
      O tiro seco de Elisabeth contra o joelho dos dois interrompeu a paz do lugar. A arma mirou e atirou numa velocidade tão rápida que assustou até mesmo a única pessoa ali que estava do seu lado. Alisson retrocedeu alguns passos pelo susto, e arregalou os olhos diante dos dois oponentes caídos no chão. No entanto, a francesa não se distraiu com explicações e chutou a arma da dupla pra longe de suas mãos.
    Ela não estava interessada em medir forças com o inimigo, e muito menos conferir se Natalia estava realmente falando a verdade quando propôs uma luta desarmada. Uma mulher como aquela não tinha chegado naquela posição sendo tão bobinha e amena com criminosos, e o sorriso que assumiu os lábios da comandante apenas confirmou a sua teoria.
   O sangue colorindo o chão assustou Alisson, os dois pareciam bem incomodados com a bala alojada na coxa, porque obviamente não estavam acostumados. As armas do governo eram em sua maioria, tiros de choque, e a muito tempo balas de pólvora não eram utilizadas.

-O que está esperando?! -resmungou Lizzie, vendo que a outra ainda estava na mesma posição.

-Não podemos deixar eles assim! Está sangrando demais!

B.M ConsanguineoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora