Um novo começo

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P.O.V. Jeongyeon

02.08.2018

Pela segunda vez hoje é o meu último dia na clínica de reabilitação e diferente da outra vez hoje eu me sinto bem mais confiante, não sei dizer o porquê direito só sinto que dessa vez eu realmente não quero voltar a usar droga nenhuma.

Talvez eu sinta isso porque logo depois que cheguei na clínica a Jisoo me ligou, sim, mas foi bem diferente conversar com ela naquele momento, ela me disse que já havia falado com os pais da Lisa, porém, eles não tinham dinheiro nem para vir no enterro da filha ou para levarem o corpo para a Tailândia, porém, o que mais me surpreendeu foi quando ela disse que se entregaria a polícia e contaria toda a verdade, ela realmente parecia disposta a também deixar as drogas e por isso contei a ela que já estava na clínica de reabilitação, dias depois descobrir que todos do esquema haviam sido presos e que ela havia contado quase tudo, já que em nenhum momento ela citou o meu nome, mesmo eu chegando até a vender drogas por um tempo.

Não falei mais com ela depois daquele dia, nem com mais ninguém que conheci nessa época da minha vida, porém saber que ela também tentava se livrar das drogas me deu mais animo em fazer isso, um animo que eu não tive da primeira vez.

Estava animada em sair daqui, queria ir logo para casa e fazer tudo da lista que montei com a ajuda da doutora Choi, não é uma lista muito grande, mas acredito que sejam coisas importantes a fazer.

A primeira coisa é ir atrás de um emprego, tenho consciência de que isso vai ser bem difícil, ainda mais tendo um fixa criminal que diz que já fui usuária de drogas, ninguém quer contratar alguém que tem um fixa criminal, ainda mais em algo a ver com drogas, entendo o medo deles, confesso que talvez também teria esse medo de um dia um policial ache drogas no seu negócio.

A segunda coisa e ir à faculdade da Nayeon, procurar por ela e pedir desculpas pela quela briga que tivemos a anos atrás, ela é a minha melhor amiga, sempre foi, na verdade, e desde aquele dia a gente nunca mais se falou, nada nem um mensagem, me sinto realmente mal por isso, sinto falta da época que éramos próximas e conversávamos todos os dias.

A terceira coisa é ir visitar o tumulo da Lisa, nunca me despedi de verdade dela e para ser sincera sinto até vontade de chorar quando penso no que aconteceu, me sinto mal por ter fugido logo depois que soube que ela não resistiu e acho que mesmo ela já estando morta a devo desculpas de verdade.

A quarta coisa é pedir desculpas a minha mãe, sei que errei feio com ela quando descumprir a promessa de nunca mais usar nada e talvez ela seja quem mais sofreu em saber do meu vício, não, ela não merecia sofrer assim, até porque ela já fez muito por mim em toda a minha vida.

E por fim a quinta coisa e a que para mim parece ser a mais difícil, ir falar com o meu pai, conversar sobre tudo, sobre as atitudes dele que me magoaram na infância, agradecer por ele ter pagado a minha reabilitação e quem sabe até pedir desculpas por ter escolhidos caminhos errados.

Essa para mim é a parte mais difícil pois eu não tenho a mínima ideia de qual vai ser a reação dele, sem falar que me sinto estranha só de ter que falar com ele, não sei dizer o porquê, mas sei que vai ser difícil tudo isso.

— Filha. – Minha mãe disse abrindo a porta do meu quarto na clínica.

— Oi mãe. – Falei a vendo entra e se sentar ao meu lado na cama enquanto eu terminava de arrumar as minhas coisas para ir embora. – Ele veio? – Perguntei lembrando que eu mesma havia mandado mensagem para o meu pai dizendo que hoje saia da clínica e perguntando se ele podia vir me buscar com a minha mãe, ele visualizou, mas nem se deu o trabalho de responder.

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