49. Carinho

1.6K 121 5
                                    

Lauren Jauregui |Point Of View


Eu estava no shopping com Taylor. Ela queria comprar uma aliança de noivado para Sofia e me arrastou para ajudá-la.
Sinceramente... Eu quase chorei em ter que deixar o monumento da minha esposa nua, com o pau duro, em uma manhã de sábado.

- Céus, Lauren. Você não deu essa noite pra estar com essa cara de enterro?

- Claro que eu dei. Muito bem dado e a noite inteira, mas hoje é o dia de folga de Camz.

- São só algumas horinhas e ela nem vai ter acordado quando você chegar.

- Tudo bem. Vamos a loja preferida da Camz... Ela me comprar uns colares lindos ali.

- Camila dá joias? – Eu assenti. – Nossa... Eu não imaginei ela assim...

- Assim como?

- Comprando joias para te agradar. Ela entende disso?

- Sim... Até hoje não recebi nada que não use. Ela tem um gosto muito delicado.

- Surpreendente.

Entramos na loja e Taylor quase enfartou com os preços das coisas. Mas ela amou um deles e teve que levar.

Estávamos tomando um café e ela olhava o anel.

- Espero que ela goste.

- Ela iria adorar mesmo que você desse um elástico pra ela colocar no dedo.

- É... – Ela disse sorrindo abobada.

- Legal isso... Somos concunhadas... Quem diria...

- Eu peguei a Cabello mais bonita. – Ela disse em tom de deboche.

- Vou ter que discordar de você. Sua Cabello é linda sim, mas a minha não tem comparação.

- Sabe... Eu não tenho que me meter na sua vida, mas foi muito bom você ter largado o emprego.

- Por quê?

- A Camila. Ela me odeia e não convivemos quase nada, mas Sofia e a mãe delas estavam muito preocupadas. Camila já estava ficando depressiva e se recusava a falar com você, pois tinha medo que você escolhesse o emprego, caso ela intimasse você.

- Eu estou sabendo de várias histórias... Eu me sinto muito culpada por não ter enxergado tudo sozinha. Acredita que ela tinha uma mochila enorme com roupinhas de crianças... Ela escondia para não me pressionar. Agora eu comprei um roupeiro branco e as dobrei nele. Acho que ela não viu ainda...

- Claro que acredito. Todos veem como ela ama crianças. Sofia ficava arrasada quando a Camila brincava com Connor e do nada ela começava a chorar. Perguntando se um dia ela se veria em alguém, como ela via Sofia em Connor. – Eu limpei uma lagrima que escorreu por minha bochecha.

- Eu fui uma péssima esposa todo esse tempo. Eu... Não sei por que Camila ficou.

- Ficou porque ama você. Ela tem uma devoção por você... Eu fiquei na mesma sala que ela umas vezes e sempre que ela fala de você... É como se ela estivesse falando de uma divindade sagrada e inatingível. É lindo.

- Pode não parecer, mas eu a amo na mesma intensidade... Eu sempre fui focada no trabalho... E com ela estava trabalhando também, achei que tudo bem. Agradeço a Deus por ela ter ficado.

- Ela ficaria. Duvido muito, mesmo que você tivesse ficado no emprego, ela ficaria com você. Mas é visível como você ficar em casa faz bem pra ela. Nossa... O ar mórbido que emanava dela antes sumiu. É uma Camila sorridente e super simpática que entra na nossa empresa todas as manhãs. E você deve pegar leve nas marcas... A coitada parece ter sido espancada.

- Ela foi espancada. Sempre fomos assim... Mais hardcore.

- Uuuuui... Nossa, Lauren. Eu nunca imaginei isso. Achei que você fosse toda certinha em todas as situações.

- Isso porque você não viu como era no começo do nosso romance. Nossa... Era muito barra pesada. Camila era uma ogra, mas eu adora aquilo nela. Foi um dos motivos pra continuar.

- Ficar com uma pessoa diferente como a Camila... Te confundiu alguma fez? Tipo... Você é lésbica e hetero? Bi.

- Eu sempre fui bi. Nunca me importei muito se me interessava por homens ou mulheres, contanto que eles me desafiassem de alguma forma. Despertassem-me algo. Eu me interessei pela Camila sem saber do pau dela. Foi aquela mendiga... Muito linda que me despertou algo. Instantâneo. Quando entramos no reservado, senhor... Aquela pegada me deixou bamba... Eu tirei minhas roupas e ela as dela, antes de baixar as calças, ela disse que tinha um pinto, por causa de um problema da mãe dela na gestação. Eu só pensei que atrapalhar não ia e eu a queria tanto... Como nunca quis ninguém e anda a desejo da mesma forma. Tanto que havíamos acabado de transar como loucas naquele banheiro e depois de dês minutos eu a estava perseguindo pelas ruas e continuamos no apartamento dela. Um lugar horrível, ela não fala muito e quando falava era muito grossa. Ela falava com um dialeto próprio e eu fiquei encantada por tudo.

- Acho que foi amor a primeira vista.

- Eu me pergunto isso todo o dia. Eu acho que foi mesmo, nunca perguntei o que Camz sentiu naquele dia, mas pela minha parte eu acho que foi.


Flashback On

Eu tinha acabado de gozar... Pela sexta vez e Camila caiu o corpo ao meu lado. Ela já estava cansada quando eu cheguei, pelas marcas e pelo olho roxo, ela devia ter brigado com alguém.

A respiração dela pesou e eu fiquei a encarando por um tempo... Ela era muito linda. Porque se escondia debaixo daquelas roupas e da má atitude.

Eu ergui minha mão e coloquei uma mexa de seu cabelo atrás da orelha dela. Depois fiz carinho na bochecha dela e ela acordou. Ela sorriu e fechou os olhos, aproveitando o carinho, mas logo arregalou eles e pulou da cama.

- Tá na hora de tu rapá daqui.

- Desculpe, eu não...

- Só vaza. Rápidão. – Ela disse e eu estranhei, mas juntei minhas roupas e corri dali.

Flashback Off



- Depois de um tempo, eu consegui fazer uns carinhos nela, mas ela era bem complicada.

- Você a domesticou.

- Não é como se ela fosse um bicho, o mundo tinha sido muito cruel com ela.

- Não quis dizer isso.

- Eu sei que não, mas eu penso que a domestiquei mesmo e queria me justificar. – Ela assentiu.

- E quando você descobriu sobre Karla?

- Essa história eu quero saber também. – Sofia brotou do chão e me abraçou por trás. – Oi, Laur.

- Olá, Sofi.

- Está me seguindo, amor? – Tay perguntou e Sofia selou seus lábios.

- Não. Connor me incomodou pelo boneco do Homem-Aranha a noite toda. Foi consciência enxergar vocês aqui. Mas contei, Laur. Como foi descobrir?

- Foi... Devastador. Quando eu tirei aquele capuz dela... Enxerguei a pessoa que eu estava amando e a pessoa que eu tinha que matar... Minha cabeça rodava e eu não sabia o que fazer. Eu a fiz fugir e espera nunca mais vê-la, mas eu sentia falta dela todos os segundos... Ally mesmo sabendo, ficou do lado de Camila e Camz não desistiu... Por mais que eu não desse nenhuma chance, ela lutou por nós. Voltou muito diferente, roupas diferentes, mas os olhos castanhos e penetrantes eram os mesmos. No fim... O amor venceu.

- A história de vocês é incrível, Laur. Camila me contou que era um brutamonte e mesmo assim você a quis. Sério? Aqueles pelos, como você não pediu pra ela rapar tudo aquilo?

- Eu adoro eles, Sofia. Para de colocar caraminholas na cabeça dela, ela queria raspar esses dias, pois você disse que eu devia achar nojento. Eu ameacei me divorciar se ela fizesse isso.

- Ai Laur. Isso é bizarro. Ninguém gosta de pelos.

- Eu acho bonitinho, ela os apara e pra mim fica ótimo. Eu não sei por que estou falando disse pra vocês.

- Serio... Ela ia trabalhar com aquela cueca branca que era bege de encardida. Arranquei dela na hora, rasguei inteira na frente dela.

- Bom... Isso eu tenho que te agradecer, pois aquela cueca me dava nos nervos... Desde o nosso namoro ela usa aquilo.

Elas gargalharam e ficamos falando de assuntos aleatórios... Até eu voltar pra casa e encontrar minha latina, dormindo tranquilamente. Deitei-me ao seu lado e logo seu braço me abraçou, puxando meu corpo pra perto do dela. Acabei dormindo naquele aconchego

Criminal CaseOnde histórias criam vida. Descubra agora