62. Fria

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Camila Cabello | Point Of View


Cheguei a minha vaga. Primeiro dia de trabalho após tudo aquilo... Confesso que estou com medo de abrir a porta do carro...
É um medo bem grande na verdade, acho que não consigo descer... Meu coração acelerou quando de relance vi uma sombra. Era o segurança... Agora posso abrir... Acho que não vai dar... Peguei o celular e liguei para Lauren.


- Camz? Está tudo bem?

- Você está muito ocupada?

- Estou na agência me informando.

- Te amo, Lo.

- Também te amo, Camz. Aconteceu alguma coisa?

- Não. Te vejo no almoço.

- Até, amor.


Fiquei no carro, mas achei muito idiota da minha parte ficar com medo. Abri a porta coloquei o pé para fora e depois a mão. Peguei minha pasta e sai... Olhei para os lados. Enxerguei Tay e sorri, não era minha preferida, mas ajudava.


- Como está, chefe? – Ela me abraçou.

- Recomeçando.

- Você foi uma rocha, Camila. Sua força é inspiradora.

- Obrigada, Tay. Pensar em ver minha família me manteve viva, mas confesso que foi assustador. – Ela massageou meu ombro.

- Agora passou. E você não fez falta só na sua casa, Sofia deu o melhor, mas só você toca isso aqui.

- Vamos ao trabalho.


Entramos na empresa, logo estávamos em uma longa reunião para me situar de tudo.


×××


Após organizar várias coisas, senti uma dor de cabeça e resolvi voltar para casa. Devia ser algo relacionado à quantia de papéis e números a minha frente, pois foi dirigir um pouco e já estava melhor.

Fui direto para o escritório e imprimi o orçamento da mudança do quarto de Brianna. Acho que não posso beber minha cerveja... Mas não tem ninguém em casa. Peguei uma e abri, fiz um sanduíche e liguei para assistir a reprise de algum jogo. Escutei o barulho da porta e não deu tempo de esconder a cerveja.

- Camz? – Lauren entrou na sala. – Está tudo bem, meu amor?

- Sim, Lo. Só senti uma dor de cabeça e me liberei mais cedo. – Ela sentou no meu colo e selou nossos lábios, obviamente, começou a analisar o que eu estava comendo.

- Cerveja não vai ajudar. – A abracei forte.

- Eram aqueles números todos, foi só sair da empresa que passou.

- Seu corpo vai doer, amor. Vai cortar o efeito do remédio.

- Estou bem, Lo. Sério. – Entreguei o orçamento para ela. – Aqui está o novo quarto de Bri.

- Vamos falir até ela encontrar a identidade dela.

- Logo ela se encontra, amor.

- Ela é tão diferente do irmão. Para ele tudo está bom.

- Eu gosto dessa diferença. – Arrumei o cabelo dela. – Você está mesmo bem, Lo? Podemos procurar um psicólogo para conversar. Eu fiquei muito paranoica para descer do carro hoje.

- Por isso me ligou?

- Sim.

- Era só ter me chamado, amor.

- Você está bem? – Ela ficou me encarando.

- Amor... Eu não quero soar fria, mas não estou pensando na morte de Mark. Depois de ver você naquele estado, eu queria ter o torturado por dias como ele fez com você. Matar ele me fez sentir aliviada e eu mataria aquela escrota se não tivessem chegado, mas ela vai ficar presa por muito tempo.

- Ela matou a irmã.

- O pai dela não vai pagar nem advogado para ela. Ficou muito horrorizado e chocado por descobrir que foi ela que matou a própria irmã. Estão julgando ela como perigo extremo a sociedade, pois chorou abraçada a mãe no enterro da irmã.

- Que louca essa mulher... Eu nem lembrava mais dela.

- O que aconteceu nesse dia da traição?

- Eu não considero traição, pois não tínhamos nada oficial. Cheguei na casa dela, a irmã disse que não sabia dela, me apresentou a amiga dela. Elas ficaram de sorrisinhos... Eu estava indo embora e elas perguntaram se gostava de ver mulheres se beijando e começaram a se beijar... Eu estava pouco me fodendo em quem ia meter... E eram duas. – Lauren me encarava com uma sobrancelha arqueada. – Estou falando o que pensei na hora, amor. Como Karla. – Ela assentiu. – Bom... Ai uma ficou de joelhos e a irmã dela me beijou. Só aproveitei, acordei com ela gritando como louca, me acertou um chute... Quase não chego ao carro. Depois... Ouvi que ela se mudou e nunca mais falei com ela.

- Não justifica essa barbaridade. E o Mark? Nem antes de você sai com ele. Foram só aquelas vezes enquanto estávamos brigadas, mas nunca falei em nós como casal.

- Você transou com ele?

- Você sabe que sim e não me orgulho disso.

- Amor... Você não tem culpa se ele é louco. Se envolveu com ele porque estava confusa.

- As coisas teriam sido diferentes. – Toquei o rosto dela.

- Estamos vivas, Lo. Com um arranhão aqui e ali, mas vamos ficar ótimas. Olha tudo que construímos e nos vejo evoluindo cada vez mais.

- Nos vê?

- Sim... Você está voltando aos poucos para o FBI...

- Só ajudo em alguns casos.

- Não estou reclamando, estou dizendo que estamos nos saindo muito bem.

- Já que não está reclamando, tenho uma coisa para discutir com você.

- Meu Deus! Você está grávida? – Ela arregalou os olhos.

- Não. Não é isso.

- Que droga! – Ela gargalhou e beijou minha têmpora.

- Estou velha para filhos e você não é confiável, pode fazer mais gêmeos. – Minha vez de gargalhar.

- Sou terrível.

- É sobre o FBI. Eles têm um programa preparatório para jovens que tem interesse nesse meio. O chefe me convidou para ser uma das instrutoras.

- Eu acho isso... ótimo.

- Ótimo?

- Sei que não está feliz ficando só em casa, amor. Vai ser bom para você isso.

- Amor... Achei que ficaria zangada.

- Amor... Depois de tudo que passei, só quero a nossa felicidade. Passou, não?

- Claro que passou. Agora... Podemos viver novamente, sem medo. – Ela selou nossos lábios. – Obrigada por me entender.

Peguei-a no colo e ergui meu corpo. Subi para o quarto com ela e ficamos namorando... Nada sexual, só trocamos beijos e muitos carinhos. Confesso que era só isso que eu precisava nesta tarde.

Criminal CaseOnde histórias criam vida. Descubra agora