63. Vinte minutos

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Camila Cabello |Point Of View


Estava ajudando minha mãe a organizar as caixas antigas no porão. Achei uma com as roupas do papa, peguei a jaqueta do clube de carteado dele.


- Lembranças? – Lauren me abraçou por trás e beijou minha nuca.

- Me lembro quando ele me levou para o encontro deles... Sabe, Lo, sempre achei que ele tinha sumido, mas não era como a morte. Tipo... as coisas ficaram feias e ele teve que sumir. E voltaria quando as coisas melhorassem.

- Amor...

- Não. Sei que foi bem inocente da minha parte, mas me ajudou muito na época. – Vesti aquela jaqueta empoeirada. – Ele era um pai incrível, Lo. Era meu melhor amigo. Um dia ele me falou que eu amaria tanto uma mulher e ela me amaria de volta... talvez em maior intensidade que eu, mas eu não acreditei, estava preocupada demais chorando por causa de Amanda Bynes. Meu papa também disse que essa mulher seria mais linda que todas as mulheres que eu conheceria e que essa beleza não seria externa. – Segurei o rosto de Lauren entre minhas mãos. – Ele estava certo.

- Você é um anjo. – Ela disse e beijou minha testa. - Ele deve estar muito orgulhoso da filha dele nesse momento e talvez... quem cruzou nossos caminhos foi ele.

- Sinto muita falta dele. – Ela me beijou e depois abraçou forte.

- Sinto muito, amor.

- Eu sabia que fuçar nessas coisas iria dar nisso. – Coloquei a jaqueta novamente na caixa. -Vou guardar a caixa dele no nosso sótão. Algum problema?

- Nenhum. – Ela beijou meu rosto. – Vou terminar de ajudar sua mãe. Tay e Sofia chegaram. – Revirei meus olhos. – Eu vi isso!

- Desculpe. – Ela saiu e não demorou para Sofia chegar.

- Ranzinza da minha vida! – Ela disse e me abraçou.

- Você não me respeita mesmo.

- Você é minha ranzinza. Minha preferida. – Arqueei uma sobrancelha e beijei a testa dela.

- E meu sobrinho?

- Mais um final de semana na faculdade. Stanley e ele... Não sei quem está bancando, pois eu corto para eles virem. – Arregalei meus olhos, mas segui arrumando as coisas ali.

- Eles são homens, pequena. Deixa eles curtirem um pouco da liberdade, ano que vem eles se formam e voltam para casa em definitivo. Vão poder controlar a vida deles como vocês quiserem.

- É você quem manda dinheiro. – Ela disse e bateu na minha bunda.

- Vocês são muito mãos de vaca com eles.

- Eles gastam muito se deixarmos.

- A comida da cantina é horrível, eles precisam se alimentar direito... E precisam fazer umas festinhas também. – Ela revirou os olhos. – Vocês duas os criaram muito bem... Confiem mais neles.

- Você é uma chata. – Abracei ela.

- Amo você, pequena.

- Eu também amo você demais. – Me afastei e peguei a caixa dela.

- Aqui estão suas coisas... Guarde ou doe. – Ela pegou. – Você quer alguma coisa do papai?

- O que tem aí?

- Só roupa. – Ela olhou a caixa e pegou uma camiseta dele.

- Porque a mama demorou tanto para limpar isso?

- A mama? Quem está limpando sou eu. – Ela gargalhou. – Mas já terminei. Tudo nas caixas separado por cada um.

- E os gêmeos?

- Estão acampando com os Jauregui.

- Eles foram com eles?

- Os pais da Lauren estavam nos pressionamos muito e tivemos que aceitar.

- Os meninos devem estar surtando. Adoram natureza.

- Sim. – Eu sorri. – Mas estou com saudades deles.

- Eles foram na sexta?

- Sim. Vão ficar até o feriado de quarta.

- A Lauren começa a trabalhar amanhã?

- Sim. Está super empolgada com isso, sabe, tenho que admitir que isso é a paixão dela, não adianta. Esse pensar, agir e se preciso lutar é a alma dela.

- Almoço está pronto!


Minha mãe gritou e fomos para a sala. Comemos pra caramba, Sofia e eu estávamos apostando quando comia mais vezes... ela ganhou.


- Minha nossa... Eu não as eduquei assim, mas agora vocês já se casaram e não podem devolver. – Mama disse e minha mulher gargalhou junto da irmã. Sofia e eu olhamos indignadas para ela.

- Mama! Pensei que eu seria sempre bem vinda aqui. – Sofia disse fazendo bico.

- Do jeito que vocês comem vou à falência em uma semana.

- Deixa ela, Sofia. Depois ela fica reclamando que não ligamos mais para ela.

- Ligar não é vir comer. – Vi minha mãe piscando para minha esposa.

- Vamos embora, Sofia. – Falei levantando.

- Eu fiz pudim de sobremesa. – Me sentei novamente.

- Depois nós vamos.

- Feito. Depois da sobremesa vamos. Não vamos ficar sendo destratadas. –Sofia disse e ficamos esperando Mama nos servir.


Lauren Jauregui | Point Of View


Estou na frente do chefe faz tempo.


- Não posso, Lauren.

- Vinte minutos com ela, Chefe.

- Posso perder meu emprego... Você está de novo conosco, pode ser mandada embora também.

- Ninguém vai saber.

- Ela vai saber, Lauren. Não vai ficar calada.

- Camila perdeu o pai e teve a irmã sequestrada. Seguiu os negócios do pai para manter a mãe e colocar uma equipe atrás dela. Sofia foi abusada por anos... Camila só queria a encontrar. Não estou justificando os erros de Camila, mas ela não é a vilã aqui. Ela não merecia passar por tudo que ela passou, ela limpou a poeira, ajudou quem ajudava ela e começou do zero. Construímos muito juntas e não admito... Eu não admito que ela tenha sido torturada por dias. Ela não! Pegassem-me então, mas a Camila já passou por muita coisa para ser massacrada por esses... Monstros. Deixe-me vinte minutos com essa louca, preciso disso... É para meu alívio pessoal.

- Foi você que matou o Mark.

- Não vou responder isso.

- Eu não estou perguntando... eu afirmei. – Ele ficou me encarando. – Vai vestir as roupas das detentas da ala psiquiátrica e não vai levar mais que vinte minutos. Vou mandar um agente de minha inteira confiança... Meu filho. E você não pode matar ela.

- Perfeito. Obrigada, chefe.


Foi logo trocar de roupas e o filho do chefe me acompanhou.

Criminal CaseOnde histórias criam vida. Descubra agora