64. Proteger

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Lauren Jauregui |Point Of View


Coloquei um casaco com capuz por baixo no macacão da ala psiquiátrica e fingi estar com as mãos amarradas ao meu corpo, enquanto passávamos por todas as celas, todas eram fechadas, o medo do Allan era que alguma detenta estivesse na janela.



- Tudo bem. Pode entrar. – Ele abriu a cela e ela estava deitada. Tirei meu capuz e ela se levantou rapidamente.

- Que merda é essa?

- Merda? Que indelicada.

- Isso... socorro!

- Socorro! – Exclamei mais alto que ela. – Lembra? Paredes para loucos são com isolamento acústico.

- O que você quer?

- O que você acha? – Arrumei minha roupa. A fiz sentar na cama e acertei um soco forte em seu rosto.

- Sua idiota! – Ela se jogou contra mim. Suas mãos amarradas pelo uniforme de louca a impediram de me agredir. – Isso é covardia! – Ela esbravejou.

- Quer falar comigo sobre covardia? – Acertei mais dois socos nela e depois uma joelhada no estômago dela. A joguei na cama. – E o que você fez com ela? Foi justo?

- Não! Porque ela está viva! – Novamente a deixei de pé e comecei uma briga solitária. Ela só urrava de dor e eu sentia um extremo alívio a cada soco que desferia a ela. – Para! Por Deus!

- Não fale em Deus! Hipócrita!

- Ela não é o que você pensa! Ela não é de uma mulher só.

- Não! Você não vai me envenenar. – Acertei outro soco nela e ela se agarrou em meus braços, ela estava tonta. – Você a seguiu por anos... Viu ela com alguma mulher que não fosse essa que está na sua frente agora? – Ela piscou várias vezes. – Ela só não se prendeu a você, Dakota. Aceite que o problema não foi as suas finadas irmã e amiga. Não foi a Camila... só não era para ser.

- Não! Estaríamos juntas!

- Não estariam. Quando ela me conhecesse ela seria minha, não importa com quem ela estivesse. E olha que já a deixei livre por um tempo... Mas ela voltou. Me amando mais.

- Ela... ela... – Dakota cuspiu sangue. – Eu a amava.

- Isso não é surpreendente. Ela é encantadora.


Em um movimento rápido, segurei os braços dela e a puxei ao meu encontro, dando uma cabeçada dela. Ela cambaleou para trás e caiu no chão.

Chequei o pulso dela e estava fraco. Uma vadia fracote, nem consegui socar ela direito. Allan entrou na sala e arregalou os olhos.

- Você a matou?

- Não. Ela só desmaiou.

- Meu Deus... Ela está demolida. – Ele bateu no meu ombro. – Está muito em forma, Agente Jauregui.

- Obrigada. Podemos ir?

- Sim. Vou chamar a enfermaria para ver ela.

- A deixe um pouco assim... quem sabe a natureza não se encarregue do resto.

- Lauren... que maldade. Você não é essa pessoa má.

- Sou com quem se mete com minha família.


Ele sorriu e eu me cubro, passando pelas celas e saindo dali. Coloquei minhas roupas e fui para casa.




Camila Cabello | Point Of View



Sentei na sala de Dinah e estávamos conversando sobre nossos filhos.


- Elisha vive de segredinhos com a Ally. Acho que vou surtar se ela aparecer com um namorado. – Troy disse enquanto batia a caneta compulsivamente na mesa.

- Não acho que sejam namorados, com 15 anos as meninas passam por mudanças. Eu passei por várias e lógico que conversar com a mãe sobre isso é melhor. – Dinah disse e eu assenti. – Bianca vai conversar com nós duas. Eu acho... Apesar que ela tem mais afinidade com a Mani. – Ela me olhou. – Os gêmeos são doidos em você.

- Mas quando as coisas apertam é para a Lauren que eles correm... E eu acho melhor. Não tenho a delicadeza dela com certos assuntos.

- Você é bem ogra mesmo. – Troy disse e Dinah gargalhou. – Mas nunca vi alguém se dar tão bem com os sobrinhos como você com Stanley e Conor. É incrível.

- Os meninos são ótimos e eles cresceram comigo, é natural que eles sejam próximos. E eu adoro aqueles moleques, jogam futebol muito mal, mas são demais. Assim como eu adoro a Elisha e a Bianca. Isso é minha grande família e estou com esse discurso emotivo para estou com saudade dos meus bebês. Ownt – Eles disseram junto e vieram me abraçar.

- Camila... Pegue um champanhe e vai aproveitar com a Lauren.

- Ela voltou a trabalhar, não temos muito tempo.

- Mesmo assim... relaxem um pouco. Aproveitem que estão sozinhas.

- Não é uma ideia ruim. – Levantei. – Obrigado, manos. Vou relaxar com minha mulher hoje.

- Boa foda. – Dinah disse e eu sorri.

- Obrigada.

Fui até minha sala e peguei minhas coisas para ir embora. Cheguei à nossa casa e o carro de Lauren já estava na garagem. Sorri...

Entrei na sala e ela estava tomando refrigerante, assistindo TV.


- Minha vida... – Eu disse e abri a garrafa de champanhe.

- Olha só... Qual a ocasião?

- Nós duas sozinhas em uma mansão. – Eu disse e ela sorriu. Fui a cozinha e peguei um balde, enchi de gelo e coloquei a garrafa dentro do mesmo. Achei duas taças e corri para sala.

Beijei Lauren e quando olhei seu rosto tinha um roxo na testa.

– Meu amor... O que houve com sua testa? – Ela levou a mão até o local e a mão dela estava em frangalhos. Toda roxa... – Meu Deus! Você brigou com quem? Está nas ruas de novo, Lauren?

- Não. Não é isso. – Fui até a cozinha e pegue três sacos de gelo. Os enchi e voltei à sala... Coloquei sobre as mãos dela e fiquei segurando na testa dela o outro.

- O que está acontecendo? – Ela escorou a cabeça no sofá e ficou me encarando.

- Eu fui à cela de Dakota e arrebentei aquela vadia. – Fechei meus olhos e neguei.

- Pensei que tínhamos encerrado isso. Você se machucou...

- Ela está bem pior.

- Você não pode se arriscar assim.

- Eu não aceito eles terem feito isso. Eles tinham que pagar.

- Porque você é tão teimosa? E se ela machuca você? Aquela mulher é louca, sabia? – Me sentei no colo dela, um joelho de cada lado do quadril dela, arrumei as mãos dela nas minhas coxas e fiquei segurando o gelo na testa dela.

- Eu queria vingar você. Eu precisava disso... Nem imagina o quanto estou aliviada agora. – Fiquei encarando aqueles olhos verdes que tanto me tiram o fôlego... Imaginando quem no mundo teria tanto empenho em me proteger.

- Você não pode se arriscar assim, amor. – Toquei a bochecha dela. – Eu preciso muito de você.

- Eu também, amor. Te perdi por dois dias e essa sensação eu não quero mais. E se... – Selei nossos lábios. Alguns segundos pressionando os meus lábios contra os dela. – Eu precisava mesmo daquilo.

- Você é tão teimosa... – Ela fechou os olhos. – E isso é tão sexy. – Lauren sorriu. – Agora eu vou te servir uma taça de champanhe, vou subir e encher a banheira, colocar aquele sal que não sei o nome... – Ela solto uma risadinha muito fofa. – E vou cuidar de você. Você já cuidou muito de mim. – Selei nossos lábios e ela me abraçou. Ficamos assim um tempo. Logo fiz o prometido.

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