Capítulo 50

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Encaro-a, estendendo um copo d'água

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Encaro-a, estendendo um copo d'água. A noite de ontem foi como um tormento, se é que isso descreve bem tudo aquilo.

Silas não mediu esforços ao atacá-la daquela forma. Ele não pensou... ou melhor, pensou muito bem em como iria feri-la. Só não sei se pensou em como feriria a criança. Mas não acho que isso importa para ele. E eu aposto que não. Eu já fui assim um dia, e sei o dano que causei para todos. Porém, trato de afastar essas ideias, afinal, esse não sou mais eu.

Em quem eu devo pensar é em Melina. Em como isso está afetando ela, preciso ser forte para ela estar forte. E não é fácil, saber que alguém com quem ela teve um relacionamento no passado está de volta. Não porque eu ache que ela ainda teria algo com ele, jamais! E sim porque eu sei o quanto Melina saiu abalada de tudo aquilo. Todas as noites mal dormidas que presenciei, os gritos cortantes, o choro doído. Eu só queria ter o poder de arrancar toda aquela amargura de dentro dela.

 — Bebe a água.— Insisto, mas ela se recusa.— Você não pode continuar se negando a oferecer o que o seu corpo precisa.

— Eu não consigo, Otávio... Ele vai levar ela de mim. Ele vai conseguir, ele tem influência.— Ela bate os pés no chão freneticamente.

— Eu também tenho, Melina. E todos se dispuseram a ajudar...

— Mas eu não tenho, Otávio! Eu sou uma mulher, eles vão me culpar, eles vão dizer que eu deveria saber, eles vão dizer que como mãe eu tinha obrigação. Eu não tenho uma testemunha para me ajudar. Eu não tenho alguém que confirme o meu lado da história!

— Você tem o teste. Você é a mãe dela.— Aperto sua mão.

— E eu fracassei... Como eu não desconfiei, meu Deus?

— Para de fazer isso consigo mesma!— Elevo o tom de voz, sendo firme.— Você tem que estar bem para o tribunal. Tem que estar bem para recuperar sua filha, Melina!

Ela se mantém calada, mas pega o copo d'água. Até o dia dessa audiência muita coisa ainda vai acontecer, eu sei disso. Ela vai desabar, e eu estarei aqui para ampará-la. Mas uma coisa é certa: Silas vai pagar por tudo o que fez. E não estou prometendo vingança, mas essa causa já está ganha, e não por ele!

 E não estou prometendo vingança, mas essa causa já está ganha, e não por ele!

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Eu não consegui dormir essa noite. Como conseguiria? Sabendo que minha filha está nas mãos daquele homem?

Como eu não percebi? É só o que consigo me perguntar, à todo momento.

— Preciso ir lá para fora.— Entrego-lhe o copo vazio, levantando-me.

Me sinto sufocada. Cada átomo do meu corpo luta para respirar. Em vão! É como se eu estivesse me afogando mais e mais em um poço de angústia.

Abro a porta de vidro da sala e saio para o jardim. Estou fraquejando a cada passo e sei disso. Meu rosto já está inchado de tanto chorar. Meu nariz já está ardendo. Quantas lágrimas ainda restam até que sequem?

Todos estão tentando manter a mesma rotina. Já vieram me consolar, principalmente as crianças e minha mãe, mas eu preferi ficar quieta no meu canto. Não sei quanto tempo mais consigo aguentar, e não quero magoar ninguém por conta de algum deslize.

Meu pai voltou para cá  e se trancou no quarto dele. Talvez não tenha vindo falar comigo por medo de dizer as palavras: "Eu te avisei".

Todos sabiam que não ia dar certo. Desde o início. Mas eu escolhi fazer o que julgava maravilhoso. Não tiro a razão do meu pai por todas as vezes que ele me falou palavras duras relacionadas à isso. Hoje eu vejo que ele estava certo. Tudo isso é culpa minha. Se eu tivesse ouvido...

Sinto braços me envolverem. É Otávio.

— Eu te amo... Te ver assim me destrói. Mas eu sei que vai dar tudo certo.— Ele balbucia. Só então me dou conta de que estou chorando mais uma vez.

Permaneço em silêncio. Por mais que eu queira, não consigo dizer nada, pois o choro torna-se mais pesado. Sei que isso não vai resolver nada. Mas não tenho mais o que fazer. Nem sei se sou forte o suficiente pra aguentar todo esse processo...

— Você lembra quando voltou daquela viagem, depois do que Aline fez?— Pergunto depois de muito tempo. Ele assente.— Eu fiquei muito brava com você, tão brava que nem raciocinei quando me contou que quase tinha morrido. Deixei as inseguranças e as mágoas do passado me levarem... Fui egoísta ao extremo por um momento.— Encarei-o, a voz embargada.— Mas você fez diferente. Não me julgou, não me apontou o dedo desde o dia em que Silas apareceu. Apenas ficou ao meu lado. Eu sei que já pedi perdão, mas não tem nada que eu faça que possa me redimir desse erro. Obrigada por estar aqui, mesmo que no final não dê certo, mesmo que eu não consiga minha filha de volta.— Deixo o choro fluir, porque segurá-lo não adiantaria.

— Por que relembrar disso agora? Todos cometemos erros. E no fim daquele dia, você estava lá cuidando de mim... Mas se quer realmente se redimir, por favor, não deixe a fé que nos trouxe até aqui se abalar. Não deixe aquela mulher que me contava em todas as oportunidades de um Deus maravilhoso, ser sufocada por essa situação.— Ele me abraça mais forte.

O que ele diz entra como uma espada em meu peito. Doloroso, dilacerante, mas verdadeiro. Onde foi parar aquela Melina de antes? Eu preciso me agarrar à minha fortaleza, ao meu Pai que nunca me abandonou. Preciso lançar minha ansiedade sobre Ele, porque só com Sua ajuda serei capaz de suportar.

 Preciso lançar minha ansiedade sobre Ele, porque só com Sua ajuda serei capaz de suportar

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Vou chegar com as orelinhas bem baixinhas e pedir perdão pra vocês... kkkkkkk  Sumi um tempão... Me perdoem mesmo. Não estava bem para escrever, nem ler. Mas desistir sempre estará fora de cogitação. Então trouxe mais um capítulo hoje...

Espero que entendam e possam fingir que a doidinha aqui não desapareceu por meses :)

Fiquem com Deus e logo mais eu volto!! <3

Verdadeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora