Capítulo 13 (parte 2)

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Passo por mamãe e Marta sem olhá-las

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Passo por mamãe e Marta sem olhá-las. Não quero ter que explicar nada, embora tenha quase certeza de que ouviram tudo. Agora eu só quero um tempo para mim. Só eu e Deus.

Enxugo minhas lágrimas, respiro fundo e me sento na área mais escondida. Tenho certeza que dessa vez, sr. Otávio não aparecerá aqui.

Palavras podem machucar, e as dele, me machucaram, admito. Eu sei que tudo o que disse, não faz parte do que eu sou. Mas elas me lembram muitas coisas. Palavras como aquelas, já foram ditas por meu pai, e entraram como um punhal em meu peito. Eu não queria me lembrar disso, eu não queria chorar por isso, mas sou um ser humano, tenho minhas falhas e minhas limitações.

- Consolador, não sai daqui, meu peito dói, minha alma chora, se Tu sair... Consolador, mora em mim, sinto um vazio quando estou longe de Ti. Perdoa o meu coração, das vezes que errei sem perceber, mas não afaste Sua presença, seus frutos me fazem viver. - Louvo.

Eu preciso ser pega nos braços pelo Criador. Eu só preciso que Ele enxugue minhas lágrimas e tire minha dor. Eu só preciso clamar.

Sinto a dor ir embora e um calor invadir o meu ser. Choro na presença de meu Pai. Agora não de tristeza. É um choro diferente, algo difícil de se explicar. É assim que me sinto com a presença do Espírito Santo. É uma sensação distinta de qualquer outra.

- Obrigado Senhor... - Agradeço por Seu amor incondicional.

Me recompondo e entro na cozinha novamente. Mamãe caminha até mim e me abraça.

- Lembrou de seu pai? - Ela pergunta, já sabendo a resposta. Assinto. - Vai ficar tudo bem... - Ela afaga meus cabelos.

- Eu sei mãe, o Espírito Santo está comigo... - Sorrio. - Agora vamos terminar isso aqui. Espera... mãe, a senhora não estava arrumando a área da piscina? Apareceu do nada aqui na cozinha...- Rio, pois realmente só a vi quando o rato entrou no lugar.

- Você sabe que eu tenho um ímã pra ratos, não sabe? - Ela ri. - Eu entrei para beber água...

- Ah sim... - Eu e Marta rimos.- Tudo bem, agora eu vou terminar de fazer a comida com Marta. Tenho certeza que Matteo vai chegar com fome...- Tento suavizar o clima e volto pra beira do fogão.

Termino de fazer a comida calada. Percebo os olhares de mamãe e Marta sobre mim, mas não digo nada. Sei que elas estão preocupadas se estou bem ou não, mas eu não vou esticar esse assunto.

Terminamos de fazer o almoço em menos de trinta minutos. Marta leva a comida de sr. Otávio até o escritório dele, porque ele não quer descer até a cozinha e dar de cara comigo mais uma vez. Não entendo essa raiva toda. Credo!

Tento comer. Mas no final, acabo só mexendo na comida e nada mais. Sinceramente, não estou com fome.

Caminho até a pia.

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