Capítulo 18

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Ajeito a gravata, ao passo que contemplo minha face no espelho

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Ajeito a gravata, ao passo que contemplo minha face no espelho. Há algo diferente no ar. Até ontem, ver o meu reflexo era  algo quase que sombrio, mas hoje, pela primeira vez em anos, o sol parece fazer diferença no ambiente, posso ouvir os sons da natureza. 

Eu julgava não ser capaz de sentir algo bom desde a morte de Victória. Mas ontem foi diferente. Depois que Melina saiu de meu escritório, a culpa me atingiu de imediato. Tentei reprimir aquela sensação, mas não consegui, tive que aceitar que depois de tanto tempo eu estava voltando a ter boas emoções. O motivo, eu não sei. 

Quando ouvi seus gritos, me preocupei, e me surpreendi comigo mesmo por isso. Fui até a porta de seu quarto, mas tudo o que consegui fazer, foi ficar parado olhando para ela. Na verdade, não sabia o que fazer, como agir depois do que disse. Então eu apenas saí de lá e esperei do lado de fora, ela teria que sair de lá em algum momento. Era isso que eu esperava. Então quando ela saiu, toda distraída, como sempre, trombei com ela de propósito. Eu parecia um adolescente, mas aquilo não me incomodou na hora.

Tive que quebrar meu orgulho e me desculpar. Nem eu sabia que era capaz disso, mas fui.

 Consegui desabafar um pouco com ela e perceber o quanto é sábia. O fato de ela sempre saber o que dizer, é impressionante. Senti novamente a necessidade de me desculpar, mas dessa vez, por tudo o que fiz desde o primeiro momento. E ela simplesmente aceitou as desculpas, sem pestanejar. Ela não merecia nada daquilo, tenho ciência disso. Em tão poucos minutos de conversa, pude refletir sobre muitas coisas.

 O que ela tem, que a torna tão diferente?

Eu deveria saber o que fazer agora, mas não sei. Não entendo o que está acontecendo comigo, tudo o que eu sei, é que pode ser uma coisa boa. Eu não queria ter essa sensação. Ando tanto na escuridão, que a luz me incomoda. Mas, a luz tem seus efeitos colaterais, um efeito bom que faz você se viciar, e às vezes esse efeito acaba e a escuridão toma conta de tudo novamente. Foi assim quando Victória morreu e tenho medo que se repita, por isso experimentar de emoções é algo arriscado.

Desperto de meus pensamentos e checo o relógio. Agora são 07h10. Hoje vou sair de casa um pouco mais tarde do que o habitual, então, tenho algum tempo para tomar meu café com calma. Desço as escadas rapidamente e antes de colocar o pé na cozinha, já ouço a voz dela.

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