Capítulo 51

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Olho para o céu através do vidro escuro

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Olho para o céu através do vidro escuro. O dia está nublado, têm poucas pessoas na rua e meus dedos tamborilam em minha pernas. Há um outro carro nos seguindo, um carro que não é de nossos seguranças. As notícias de alguma forma espalharam-se rápido demais. Papparazzis e mais papparazis em cima de Otávio. Uma bagunça tremenda.

Ele pega minha mão, segurando-a com firmeza. Consigo sorrir em retribuição. Hoje é o dia da audiência. Depois de uma semana, o processo foi aceito, mas eu já estava em oração antes mesmo disso. Se Deus colocou minha filha em meu caminho novamente, um propósito há. E eu não vou perder essa guerra com Ele ao meu lado.

Rogério atravessa as avenidas com cautela. É óbvio que saímos de casa com muita antecedência. Todo interesse demonstrado ainda é pouco. E eu já passei tempo demais longe da minha filha pra cometer um deslize desses.

Desde aquele dia não a vi mais. No entanto, ela tem aparecido em meus sonhos. E esses são os sonhos mais lindos que já tive em toda a minha vida. Sonhos de esperança, é isso que eles são...

Não posso dizer que não sinto medo. Estaria mentindo. Mas o motivo desse medo foi o que mudou. O que faz os meus pés vacilarem hoje, são minhas emoções. Receio perder o controle na audiência. Receio não conseguir olhar para Silas sem desejar avançar em cima dele. E se minha filha estiver lá, será ainda mais difícil.

Foi movida uma ação. Estaremos naquele tribunal pelo rapto de um menor. Esse é o processo judicial. E apesar de ele ser o pai biológico de Lorena, eu também sou a mãe e o teste de DNA foi feito. Não houve uma disputa por guarda anteriormente, então como mãe, estou no meu direito de alegar o ocorrido, estou no meu direito de solicitar o processo.

Mamãe vira-se em minha direção. Ela está no banco da frente, com Rogério.

— Vai dar tudo certo.— Ela sorri.

Por um momento tive esperanças de que pudesse ser minha testemunha, mas infelizmente não. Por ser minha mãe, seu testemunho seria desconsiderado. Mas ela não queria soltar a minha mão nesse momento, então veio conosco.

Rogério finalmente estaciona o carro em frente ao tribunal. E para meu total pavor, há carros e mais carros ali. Diversos deles, de reportagem. Aperto ainda mais a mão de Otávio. Terei que passar no meio deles e tudo o que eu menos queria era notoriedade. Não queria minha vida exposta. No entanto, isso já não é mais escolha minha...

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