Melina sabe que os planos de Deus são maiores que os dela e as dificuldades não são capazes de ofuscar o poder do Criador em sua vida.
Otávio Montanari é um advogado renomado, tem um grande patrimônio líquido, uma casa enorme e todos os privilégios...
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Estamos voltando para casa. Graças à Deus eu consegui alta rápido. Aline não apareceu mais, fez o que já era de se esperar, fugiu da cena do crime. Não tenho como entrar com um processo, a polícia brasileira não pode cuidar de casos que acontecem aqui em Londres, isso é com a polícia britânica, e vice versa. Ela pensou em tudo muito bem.
Não tive coragem de ligar para Melina e contar que fui parar no hospital por não ter dado ouvidos à ela, mas ela também não me ligou. Receio que tenha acontecido alguma coisa, mas talvez ontem só tenha sido um dia corrido lá em casa.
Eu só quero vê-la e contar tudo o que aconteceu. Tenho medo de sua reação, mas não vou esconder isso.
Entramos no jatinho. Enquanto decola, olho pela janela. Pedi para Baltazar comprar o livrinho de Matteo pra mim, porque ainda não estava muito bem para fazer isso. Foi uma luta pra convencer os enfermeiros do hospital de que eu não era usuário de drogas, corri o risco de ser detido, o que não terminaria nada bem. Mas graças a Deus, deu tudo certo, acreditaram em mim porque Baltazar felizmente levou o copo de café com ele. Só o que me preocupa agora é Melina. Eu devia ter ouvido o que ela disse!
— Tá me ouvindo?— Baltazar estala os dedos em minha frente.
— Fala...
— Esqueci de te dar isso.— Ele me mostra um urso de pelúcia.
— Pra que isso?—Pergunto.
— Para a Melina. Você não ia trazer nenhum presente pra ela.
— Acha que ela vai querer um urso depois que eu contar o que aconteceu? Eu ia levar um presente, mas...— Sussurro, porque ninguém sabe o motivo de eu ter ido ao hospital.— Eu sou um idiota. Não acreditei no que ela disse. Decepção, é só isso que eu vou dar pra ela, e um urso ou qualquer outro presente não vai tapar esse buraco.
— Não precisa dar agora, então. Se resolvam primeiro.— Ele respira fundo.
— Eu só quero chegar logo em casa. Isso está me matando...— Passo a mão no rosto.
