Capítulo 39

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Encaro o homem à minha frente

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Encaro o homem à minha frente. Tão diferente do que eu me lembrava, tão acabado...

— Fernando?—Mamãe para ao meu lado, tão surpresa quanto eu.

— Pai...— É única coisa que insiste em sair de minha garganta. Sinto as lágrimas pingarem em minha mão, só então percebo que estou chorando.

— O que veio fazer aqui?— Mamãe pergunta, em um tom muito sério.

Não a julgo, meu pai a magoou demais. Mas em relação à mim, eu não sei, estou dividida entre ficar receosa ou feliz. Papai também me magoou muito; quando me expulsou de casa, quando me humilhou... Mas eu já perdoei isso. Entretanto, cada caso é um caso. E ele viveu com mamãe durante vinte e três anos, mas no fim, não valorizou nenhum deles. Ela se virava sozinha comigo antes mesmo de ele meter o pé. Então entendo o que ela sente.

— Se veio para infernizar a minha vida, pode dar meia volta que aqui não é o seu lugar. Vai embora Fernando! —Vejo as lágrimas brotarem em seus olhos com força. Mas estou paralisada, sem saber o que fazer. Eu queria abraçar minha mãe, queria dizer alguma coisa à meu pai, mas não consigo. Vejo tudo mas não faço nada. Entrei em estado de choque.

— Mara, eu preciso que você me ouça. Eu preciso voltar pra vocês. Não aguento mais viver fingindo que vocês não existem.— Ele também chora.

— Agora você quer isso? Quando me abandonou grávida, quando humilhou sua filha. Quando esqueceu que ela e a criança em meu ventre eram parte de você, não pensou nisso, não é? Não pensou duas vezes!— Ela se ira. Nunca vi minha mãe assim, tão transtornada.

As feridas que não vemos são as que mais doem e as feridas mais profundas são as que só enxergamos quando nossa razão e emoção são postas na balança, quando o passado doloroso volta à tona e nos pega de surpresa. Minha mãe também sentia, até mais do que eu, só não demonstrava, ela precisava se mostrar forte para que eu também fosse forte.

— Mãe...— Consigo dizer finalmente. Pelo menos alguém aqui tem que se acalmar.

A mulher de fé que eu cresci vendo, hoje não está em seu melhor dia, mas ela também é humana e esse momento de fraqueza não diminui quem ela é, assim como meus momentos de fraqueza não diminuem quem eu sou.

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