Melina sabe que os planos de Deus são maiores que os dela e as dificuldades não são capazes de ofuscar o poder do Criador em sua vida.
Otávio Montanari é um advogado renomado, tem um grande patrimônio líquido, uma casa enorme e todos os privilégios...
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— Tudo bem, o que temos até agora é isso...— Sinto o cheiro do charuto invadir minhas narinas enquanto Sr. Sergio lê o resumo que Baltazar escreveu sobre o caso.
Ele está sendo de grande apoio, afinal, quatro cabeças pensando são melhor do que apenas três. Apesar de já ter se aposentado como advogado, está nos ajudando a pensar nas maneiras de vencermos esse caso, já que não tenho testemunhas.
Não consigo pensar em quem pode comprovar meu lado.
O único que estava lá além de mim e da minha mãe, era o médico. Não tiveram auxiliares com ele, nenhuma enfermeira ou enfermeiro. Tudo foi estranho naquele dia, mas quem iria pensar na estranheza com todo aquele desespero e dor? Ninguém observa ao redor quando está sentindo contrações. Mas foi exatamente essa estranheza que nos levou à uma investigação. Investigação essa que nos encaminhou à uma descoberta: Não existia um médico de nome Paulo Ludwuig. Então o médico como testemunha está fora de cogitação, já que ele também fez parte do esquema. Sendo assim, a assinatura dele no atestado de óbito pode pôr a prova a minha sinceridade.
— Pai, o senhor poderia parar de fumar?— Otávio que até então estava na cozinha, vem caminhando pelo jardim e senta-se ao meu lado, com uma tigela de batatas chips.
— E você poderia por favor parar de me dar ordens?— Ele rebate.
— Faz mal pra saúde.
— Só se vive uma vez.— Ele balbucia e Otávio ri.
— Isso era o que eu dizia quando era adolescente. Voltou à juventude, pai?
— Andrea, olha seu filho aqui fazendo o papel de ancião.— Ele grita e Sra. Andrea vem caminhando elegantemente até nós, com um óculos de sol e um chápeu chique.
Resolvemos realizar essa reunião na casa de meus sogros, porque a casa de Otávio vive sempre lotada. Meus pais, as crianças, Rogério, Marta... Precisávamos de um pouco de silêncio dessa vez.
— Ele não está dizendo nada que não seja verdade.— Ela sorri, me cumprimentando com um beijo no rosto.
— Como queira.— Sr. Sergio revira os olhos e apaga o charuto.
