All the Young Dudes - perspectiva do Sirius

Capítulo 92: Quinto Ano: Encerramento

Lean love

All you give to me is lean love

I'm like a beggar in the sand

With the sky in his hand

And I'm blue

- "Lean Woman Blues" by T. Rex

Segunda-feira, 15 de junho de 1976

Remus sumiu por dois dias.

James foi à ala hospitalar no domingo para contar o que havia acontecido. Sirius era muito covarde para dizer isso ele mesmo - e além disso, ele tinha certeza de que ele seria a última pessoa que Moony gostaria ver assim que descobrisse. Quando James voltou, Sirius hesitou antes de perguntar:

"Ele... ele está bem?"

James deu de ombros, suspirando enquanto se sentava na cama.

"Quase tão bem quanto se pode esperar. Ele tem Pomfrey cuidando dele; não se preocupe."

Mas Sirius se preocupou. Ele não podia fazer nada a não ser se preocupar - ele se preocupava com a forma como Remus ficava depois das luas cheias quando as passava sozinho, com novas cicatrizes e novos hematomas. Ele se preocupava com o que Remus faria quando voltasse, o que ele poderia dizer. Ele se preocupava em como Remus iria olhar para ele.

Você merece, ele lembrou a si mesmo, O que quer que ele diga, o que quer que ele faça. Você vai aceitar, e você vai merecer.

A segunda-feira se arrastou, torturantemente lenta. Parecia irreal que a vida continuasse normal em Hogwarts, seus colegas alegremente inconscientes do que Sirius tinha feito - o que ele quase causou. Mary abraçou seu braço e sorriu como se ele não tivesse quase matado duas pessoas, olhando para cima em confusão quando ele murmurou desculpas e a empurrou.

Quando a noite chegou e Remus ainda não havia retornado, Sirius começou a relaxar um pouquinho, pensando que pelo menos ele teria mais uma noite antes de ter que se forçar a olhar Moony no rosto, sabendo do que ele tinha feito com o sangue derramado entre eles. Mas não era para ser.

A porta se abriu quando eles estavam prestes a ir para a cama, e Remus entrou. Ele não olhou para eles, apenas caminhou direto para sua cama e pegou seu pijama, então imediatamente se trancou no banheiro. Sirius se endireitou, mal piscando enquanto olhava para a porta. Seu coração estava se contorcendo em seu peito.

Quando Remus saiu, ele se forçou a falar.

"Moony, eu..."

Mas Remus nem olhou para ele, apenas se virou deliberadamente para James e disse:

"Obrigado por parar Severus, James," em uma voz monótona e morta, "Você salvou nossas vidas."

"Er..." o outro garoto gaguejou, pego de surpresa, mas Remus não esperou por uma resposta. Ele se arrastou para a cama, fechando as cortinas e deixando apenas um silêncio pesado para trás. Sirius sentiu como se tivesse entrado em uma tumba.

* * *

Terça-feira, 30 de junho de 1976

Sirius esperava raiva. Ele esperava raiva, ira, vitríolo. Ele esperava gritos ou xingamentos - ele até esperava que Remus desse um soco.

Ele não esperava silêncio.

Nas duas semanas restantes na escola, Moony nem olhou para ele. Ele se desculpava a cada chance que tinha, de todas as maneiras que sabia - ele sussurrava entre as aulas, murmurava nas refeições, dizia isso todas as noites antes de dormir, como uma promessa. Ele se desculpou até ficar cansado disso, até que as palavras foram gravadas em sua língua, até que encheram seu peito para que ele não pudesse respirar. Ele se desculpou em francês, em latim, em italiano.