All the Young Dudes - perspectiva do Sirius

Capítulo 145: Sétimo Ano: O que nos Falta

Quarta-feira, 29 de março de 1978

O treino de Quadribol naquele fim de semana foi terrível. Marlene apareceu, como sempre, e passou por todos os treinos com sua típica concentração dedicada. Mas ela não disse uma palavra para James ou Sirius – ela mal falou com Yaz, que deu de ombros se desculpando para os dois assim que o treino acabou e correu para os vestiários atrás de sua namorada. Os treinos correram bem, mas Sirius percebeu que James estava preocupado – como eles iriam se unir como um time e ganhar a Taça de Quadribol se os dois batedores não olhassem na direção um do outro?

Ainda assim, ele não disse nada, escolhendo sabiamente dar espaço a Marlene. Sirius, por outro lado, não tentou esconder sua raiva, batendo a porta do armário e resmungando enquanto trocavam seus kits de quadribol.

"Ela é preconceituosa de merda, é o que ela é", ele murmurou sombriamente, secando o cabelo do chuveiro, "Estamos melhor sem ela, se é assim que ela vai agir."

James lançou-lhe um olhar. "Vamos, Pads. Estou tão chateado quanto você, mas ela está passando por um momento muito difícil; ela não é uma pessoa ruim."

"Todos nós estamos passando pela a porra de um momento difícil!" Sirius franziu a testa, puxando sua camisa, "Não é como se ela fosse a única cuja família foi afetada pela guerra!"

"Não, mas ela é a única de nós cujo irmão foi atacado por um lobisomem."

"E meu irmão é a porra de um comensal da morte!" Sirius retrucou, "Ta-da! Às vezes a merda acontece, não significa que ela pode descontar em Remus."

James piscou. "Padfoot..." ele disse, cuidadosamente, "Eu entendo o que você está dizendo, eu entendo. Mas... as coisas com Regulus... bem, isso não é o mesmo que Marlene está fazendo."

"O que isso deveria significar?!"

James passou a mão pelo cabelo, exasperado. "O irmão de Marlene não escolheu se tornar um lobisomem, Sirius. Alguém o forçou a isso."

Sirius hesitou, atrapalhado com os botões.

A única diferença real entre você e eu, Sirius, é que você tem escolha.

Depois de um momento, ele balançou a cabeça.

"Eu não estou..." ele terminou de abotoar sua camisa, franzindo a testa, "Eu não estou tentando dizer que é a mesma coisa. Só estou dizendo que... o que quer que ela esteja passando, não é uma desculpa para fazer Remus se sentir uma merda."

"Eu sei" disse James, baixinho "Não é uma desculpa, apenas... uma explicação. Não é como se ela pretendesse ser cruel."

Sirius bufou. "Isso importa?"

"Acho que sim."

Eles ficaram quietos, por um tempo, vestindo roupões e guardando suas vassouras. Enquanto eles voltavam para o castelo, Sirius se pegou perguntando:

"...Por quê?"

"Hum?"

"Por que você acha que isso importa?" Ele esclareceu: "Quer Marlene pretenda ou não. Ela ainda está dizendo as mesmas coisas que as pessoas que querem ser cruéis, e isso o machuca ainda mais, porque ela deveria ser sua amiga."

James franziu a testa, pensando. "Bem..." ele disse, lentamente, "Porque... se ela não pretende machucá-lo, isso significa que ela ainda se importa com ele, não é? E se ela se importa o suficiente, então... acho que, eventualmente, ela vai começar a mudar de ideia."

Sirius grunhiu. "Talvez."

James o olhou, sorrindo secamente. "Realmente, Padfoot," ele balançou a cabeça, "Não é como se nós sempre fôssemos perfeitos também. Quero dizer, pense em algumas das besteiras que você costumava dizer no primeiro ano, ou no segundo ano – Merlin, pense em algumas das besteiras que eu costumava dizer. Se você foi ensinado a pensar de uma maneira a vida toda, não é muito realista esperar um 180 completo da noite para o dia. Você deveria entender isso melhor do que ninguém."