Capítulo 106: Sexto Ano: A Longa Noite

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Sirius ainda estava nervoso durante o jantar, olhando furtivamente para Moony do outro lado da mesa enquanto James tentava chamar a atenção de Lily equilibrando uma colher em seu nariz. Remus estava conversando baixinho com Marlene sobre o dever de casa de Trato das Criaturas Mágicas, parecendo completamente à vontade, muito longe do desespero frenético da noite anterior. Sirius o estudou, procurando por qualquer sinal de rachaduras, e só desviou o olhar quando Moony olhou para cima e lançou um sorriso confuso.

As coisas pareciam normais enquanto eles subiam as escadas para a torre da Grifinória, normais quando se preparavam para dormir, normais quando Remus lhes dava boa noite e fechava as cortinas. Sirius se perguntou se James estava certo, se simplesmente estar lá era o suficiente. Talvez ele realmente tivesse exagerado as coisas, preocupando-se tolamente por nada. Afinal, Moony pelo menos concordou em não fugir sozinho, não foi?

Então ele ficou deitado na cama, ouvindo os sons familiares de Remus se jogando e virando. Mas não havia nada - apenas silêncio, e eventualmente Sirius adormeceu.

Ele dormia mal, sonhos fragmentados com absurdos de pesadelo — sentimentos e imagens extraídos das profundezas de sua mente subconsciente, cobertos pela implacável sensação de estar sendo seguido. Sirius estava correndo, olhando freneticamente por cima do ombro, quando um estrondo alto de repente o puxou de volta à consciência.

"REMUS LUPIN!"

A voz estridente da Professora McGonagall o chocou do sono; Sirius sentou-se ereto, abrindo as cortinas. McGonagall, vestida com sua camisola e roupão, estava marchando direto para a cama de Moony, varinha acesa brandida como uma tocha.

"Professora??" A voz atordoada de James veio do outro lado da sala; tanto ele quanto Peter também enfiaram a cabeça para fora das cortinas. Os três garotos assistiram em um silêncio atordoado enquanto sua professora invadia o chão de pedra.

Ela puxou as cortinas da cama de Remus para trás, e Sirius sentiu seu coração virar pedra no peito.

Remus não estava lá.

Sua cama estava vazia, os travesseiros amassados, os lençóis emaranhados de onde ele os chutou.

Não, Sirius pensou, congelado, Ele não iria...

McGonagall olhou para baixo, os lábios pressionados em uma linha fina. Ela parecia furiosa e aterrorizada. Depois de um momento, ela girou nos calcanhares e começou a marchar de volta para fora da sala.

"O q-professora?!" James saiu da cama, chamando por ela, "Professora, espere – o que está acontecendo? Onde está Remus??

Sirius continuou a olhar, inexpressivo, para o colchão abandonado. Ele não faria isso. Ele disse que iríamos juntos - ele deveria me deixar ajudá-lo.

McGonagall parou na porta, atormentada e tensa.

"Sinto muito, Sr. Potter, mas temo que não haja tempo para explicar."

"Aconteceu alguma coisa?"

"Remus está bem?"

Agora Peter estava rastejando para fora da cama também, olhando ansiosamente para a professora de Transfiguração enquanto ele fazia sua pergunta.

Ele não faria isso, ele não faria isso...

"Desculpe, rapazes, mas simplesmente não há..."

"Ele foi para Hogsmeade, não foi?"

A voz de Sirius soou estranha aos seus próprios ouvidos – monótona. Ele ainda estava olhando para a cama de Remus.

All the Young Dudes - perspectiva do SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora