Capítulo 153: A Guerra: Frente de Casa

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Fim do verão, 1978

Sirius vagueou, na fuga nebulosa a meio caminho entre o sonho e a consciência. Ele estava na beira de um lago, sujo de lama, olhando para as algas pretas que se retorciam sem rumo para frente e para trás, para trás e para frente...

Algo empurrou seu ombro, e o sonho escapuliu, e ele estava em sua cama, enrolado sob os lençóis. Ao lado dele, Moony rolou - ele estava dormindo mal desde a última lua cheia, virando e virando a noite toda.

"Não consegue dormir?" Sirius murmurou, bocejando.

"Não." Remus suspirou pesadamente e se sentou, puxando os lençóis com ele. "Desculpe. Eu deveria ir para a outra sala."

"Por favor, não." Sirius esfregou o sono de seus olhos, "Está tudo bem, eu também estou acordado agora, eu vou te fazer companhia."

"Eu realmente não estou com vontade de falar."

"Isso está ok. Eu posso falar, estou sempre com vontade de falar."

Isso rendeu um sorriso, e a tensão nos ombros de Moony se desfez um pouco.

"Vá em frente, então." Ele se deitou, e Sirius rolou para mais perto dele, jogando um braço sobre seu peito e aninhando seu rosto no travesseiro ao lado do de Remus, para que ele pudesse murmurar sonolento em seu ouvido.

"Mal posso esperar para amanhã", disse ele, fechando os olhos, "mal posso esperar para você ver o apartamento finalmente. Eu nunca tive nenhum lugar que fosse só meu antes."

"Nem eu." Remus murmurou, baixinho.

Sirius ainda estava um pouco nervoso com isso - ele havia comprado o apartamento na semana anterior, sem nenhuma informação de Remus. O outro garoto estava se recuperando depois da lua cheia, e Sirius tinha acabado de tropeçar nele, como por mágica, enquanto perambulava pela Londres trouxa, procurando o restaurante onde havia prometido encontrar Mary. Ele não pensou duas vezes antes de fazer uma oferta - e acabou chegando muito atrasado para o jantar, o que deixou Mary ainda um pouco irritada.

Os Potters ficaram bastante surpresos com sua decisão de morar em um bairro trouxa, mas eles o apoiaram mesmo assim. Fleamont se certificou de que o apartamento estava equipado com todos os feitiços de segurança que agora eram padrão para os membros da Ordem, e o processo havia se arrastado um pouco, então Remus ainda não tinha ido vê-lo.

"Diga-me como é." Remus rolou de novo, encarando Sirius, e se enrolou em uma bola, enterrando o rosto na camisa de dormir de Sirius. Normalmente, suas posições de dormir eram invertidas - mas Sirius não se importava com isso esta noite, feliz por sentir que havia algo que ele poderia fazer por Remus, mesmo que fosse apenas segurá-lo.

"É pequeno," ele murmurou, pressionando seu rosto nos cachos de Moony, "Apenas um quarto, um banheiro, uma cozinha."

"Parece enorme." Remus disse, a voz abafada pela camisa de Sirius.

"Podemos ter o que quisermos; móveis, papel de parede, qualquer coisa."

"Vou deixar o design de interiores com você."

"Tudo bem. Você pode construir as estantes de livros."

"Estantes de livros?" Remus olhou para ele, uma faísca de interesse em seus olhos.

"Sim, estantes," Sirius sorriu, "Um espaço para a coleção de discos também, obviamente. E há algumas garagens nas proximidades que eu poderia alugar..."

"Vamos ter um carro?!" Remus perguntou, uma nota de pânico em sua voz. Eles mal conseguiram convencer o garoto a pilotar uma vassoura, então Sirius não ficou surpreso por ele não gostar da ideia de dirigir.

All the Young Dudes - perspectiva do SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora