Capítulo 133: Sétimo Ano: Tarde de Domingo

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Domingo, 29 de janeiro de 1978

"Moony?"

"Hm?"

"Já passou do meio-dia..."

"E?"

"Achei que iria querer levantar?"

"...não, obrigado."

"Posso entrar?"

"...não."

Estava assim desde quarta-feira. Sirius chegou à sala de Trato das Criaturas Mágicas apenas para descobrir que Remus já tinha ido embora, junto com Mary e Marlene. Ele encontrou Lily e James, que explicaram em voz baixa o que havia acontecido.

O irmão de Marlene foi uma das vítimas.

Ele ainda estava vivo. E em St. Mungus. Ninguém parecia saber muito mais do que isso – tudo que Lily tinha ouvido era que "não parecia bom". Claro, não foi preciso muita imaginação para descobrir o que isso significava. Quando Sirius voltou para o dormitório depois, as cortinas já estavam fechadas ao redor da cama de Remus.

Agora, Sirius olhava para aquelas mesmas cortinas de veludo, o estômago afundando. Remus mal havia saído da cama desde quarta-feira, apenas se levantando para usar o banheiro. Ele havia cancelado todas as suas aulas na quinta e na sexta – de alguma forma, ninguém lhe deu detenção por isso, o que Sirius suspeitava ter algo a ver com Madame Pomfrey. Ele nem tinha se levantado para as refeições; se os marotos não estivessem contrabandeando comida para ele e passando por uma fresta nas cortinas, Sirius achou que ele poderia ter morrido de fome agora.

"...Ok então." Sirius disse, baixinho, virando-se para sair. Ele tentaria de novo mais tarde – talvez esgueirar-se até a Dedosdemel e roubar alguns sapos de chocolate; chocolate sempre parecia fazer Moony se sentir melhor...

"Eu sinto muito."

Ele foi interrompido pela voz de Remus, fraca e um tanto áspera, mas ainda alta o suficiente para ser ouvida através das cortinas. "Eu quero você aqui, eu só não sei o que dizer."

Sirius hesitou, desejando que ele soubesse o que dizer – desejando que ele pudesse encontrar as palavras mágicas que fariam tudo melhor, faria Remus parar de se punir por algo que nem tinha sido culpa dele para começar.

"Nós não temos que conversar?"

Houve uma pausa.

"...Ok então."

Sirius puxou as cortinas imediatamente, fazendo Remus estremecer quando a luz do sol entrou. Ele subiu na cama e deixou as cortinas se fecharem atrás dele, tentando não olhar.

Apesar de estar deitado na cama nos últimos quatro dias, Remus parecia que mal tinha dormido - seu rosto estava desenhado, olhos sombreados por bolsas profundas. Seu cabelo estava uma bagunça, cachos cheios de frizz, achatados em alguns lugares e salientes em outros, e ele ainda estava usando o mesmo pijama que usava desde quarta-feira. Sirius estendeu a mão, puxando-o em seus braços.

"Obrigado," ele murmurou, suavemente, "Por me deixar entrar."

"Acho que estou feder."

Sirius enterrou o rosto no cabelo de Remus, inalando profundamente enquanto o outro garoto tentava se esquivar.

"Não, apenas cheira a Moony."

"Sai, seu cachorro." Remus deu de ombros, sorrindo.

"Acha que vai conseguir levantar logo? Todos estão preocupados. E eles estão olhando para mim agora, como se eu soubesse o que fazer, porque todo mundo sabe sobre nós, o que é estranho, e muita pressão, realmente."

All the Young Dudes - perspectiva do SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora