All the Young Dudes - perspectiva do Sirius

Capítulo 156: A Guerra: Magia

Segunda-feira, 8 de janeiro de 1979

"Por favor, deixe-me ir com você?" Sirius tentou, uma última vez, enquanto Remus saía pela porta.

"Eu vou ficar bem," Remus disse a ele, sorrindo no que provavelmente deveria ser um jeito reconfortante. A porta se fechou atrás dele, e Sirius ouviu o clique da fechadura no lugar.

Não que Sirius não soubesse disso. Ele sabia - ele sabia que Remus ficaria bem. Ele estava apenas visitando o quartel-general dos Aurores, afinal, e embora houvesse muitos Comensais da Morte rastejando pelo Ministério, não era como se eles estivessem atacando pessoas – isso os denunciaria. Além disso, Moody estaria lá, e Frank e Alice, e todos os outros Aurores que eram leais à Ordem. Então é claro, Remus estaria perfeitamente seguro.

Ainda assim, Sirius desejou que ele estivesse acompanhando. Um encontro com Moody só poderia significar uma coisa para Remus: outra missão com os lobisomens. E embora Sirius tivesse assegurado a Remus que a Ordem o estava guardando para alguma coisa, em particular, ele esperava que eles esperassem um pouco mais – que eles encontrariam alguma outra maneira de lidar com os lobisomens, enviar alguém para colocar sua vida em perigo para uma mudança.

Mas é claro, tinha que ser Moony. É claro.

Remus, por sua vez, parecia entre ansioso e apreensivo pelo encontro. Era a primeira vez que Sirius o via vestido apropriadamente desde o funeral de sua mãe - ele estava quase sempre sentado de pijama no sofá da sala, ou então deitado na cama. Sirius supôs que era bom que ele finalmente estivesse deixando o apartamento depois de ficar preso por tanto tempo - ele só queria que fosse por um motivo diferente.

Sirius suspirou e caminhou até a cozinha, onde começou a lavar distraidamente os pratos que estavam na pia o fim de semana inteiro. Lily tinha parado no sábado para checá-los, com um prato de sanduíches como oferta. Ainda restavam alguns, embora agora estivessem um pouco rançosos, e ele se sentou no sofá, comeu um e olhou para a parede.

O problema, pensou Sirius, era que ele não sabia o que era normal quando se tratava de luto. Onde ele deveria traçar a linha - para dizer Tudo bem, Remus, já chega de ficar deitado na cama o dia todo, hora de levantar e tomar banho? Isso o fez se sentir impotente, sentado ao lado de Moony e ainda se sentindo tão distante - como se o outro garoto estivesse envolto em um casulo, enterrado sob espessas camadas de tristeza que nada poderia penetrar.
eu
A lua cheia estava prevista para o próximo sábado e, de uma forma distorcida, Sirius estava ansioso por isso. Desde que deixaram Hogwarts, os marotos vinham aparatando (Peter andava de lado) para trechos remotos da floresta e passando as luas cheias lá. Era tão divertido quanto as noites correndo pela Floresta Proibida — até mais, porque eram lugares novos para explorar, e Padfoot adorava explorar com o lobo. Especialmente depois de tudo com a mãe de Remus, Sirius raciocinou que uma noite de nada além de passear pelo campo, livre de preocupações humanas, provavelmente faria bem a todos.

Mas era sábado e segunda-feira, o que significava que ainda faltava uma semana inteira para que Sirius pudesse rastejar para fora de sua pele e se refugiar na simples alegria de ser um cachorro. Dependendo de como as coisas correram com o encontro de Moony, não havia como dizer que tipo de semana seria - Remus voltaria retraído? Taciturno? Ansioso? A espera era a pior parte - Sirius sentia como se estivesse prendendo a respiração, antecipando o pior enquanto ainda tentava esperar pelo melhor.

O que quer que tenha acontecido com Moody, Sirius só esperava que isso não mandasse Remus ainda mais longe. Ele tinha serviço de guarda rotativo com James e os gêmeos Prewett ao longo da semana, o que significava que ele não estaria mais por perto o dia todo para garantir que Moony tomasse banho e comesse. Se ele piorasse, Sirius teria que começar a recrutar Lily para checá-lo melhor - mas Sirius tinha a sensação de que Remus não gostaria disso. Ele odiava se sentir mimado.