All the Young Dudes - perspectiva do Sirius

Capítulo 99: Sexto Ano: Festas e Pústulas

Rock me, give me that kick now

Rock me, show me that trick now

Roll me, you can do magic

Baby, and I can't get enough of it

Rock me, give me that feeling

Roll me, rocking and reeling

Baby, so don't stop doing it, don't stop doing it now

- "Rock Me", ABBA

Domingo, 31 de outubro de 1976

Tudo estava bem.

Sirius estava sentado à mesa da Grifinória no Salão Principal, cercado por seus amigos. A festa de Halloween foi tão espetacular como sempre, um porco assado dourado de dar água na boca com uma variedade tão grande de acompanhamentos que era impossível experimentar tudo. James estava rindo da impressão de Marlene de algo que um de seus companheiros de equipe tinha feito no treino, Lily estava ouvindo educadamente enquanto Peter tentava explicar sua nova estratégia de xadrez, e Remus estava bebendo suco de abóbora - cabeça inclinada para trás, garganta exposta, pomo de adão balançando enquanto ele engolido-

O que era bom. Sirius se sentia bem. Estava tudo perfeitamente bem.

Tudo ficaria bem, ele lembrou a si mesmo, contanto que seguisse O Plano. O Plano foi criado no chuveiro, enquanto Sirius debatia se seria mais fácil se afogar ou olhar Remus nos olhos novamente. Foi por pouco, mas no final do dia ele não tinha certeza se seus pulmões traidores aceitariam se ele tentasse enchê-los com água, e Sirius teve que se resignar ao fato de que ele veria Moony novamente muito em breve.

Ainda assim, ele poderia ter dado um soco na própria cara. Do jeito que estava, ele passou trinta segundos sólidos batendo a cabeça silenciosamente contra a parede de azulejos. O que havia de errado com ele?? Remus tinha acabado de perdoá-lo, e agora Sirius tinha que ir e estragar tudo de novo, tudo por causa dele... porque ele era... porque ele queria...

Sirius rastejou pela garganta familiar da vergonha e sentou-se, queimando, no ácido de seu estômago. Ele pensou novamente na maneira como se jogou em Remus, como um cachorro com um osso, inflexível, quase não dando a ele nenhuma opinião sobre o assunto.

Mas ele não te afastou, disse uma voz pequena e esperançosa no fundo de sua mente, Ele tocou você.

Sirius a estrangulou. Claro que Remus estava... pronto para isso; Pelo amor de Merlin, o menino passou dezesseis anos com nada além da companhia de sua própria mão! (Bem - provavelmente não todos esses dezesseis anos - mas ainda assim). E agora Sirius estava tirando vantagem de sua repressão, sua timidez quando se tratava de ser algo mais do que amigo de garotas, arrastando Remus para sua própria confusão incontrolável.

Porque Sirius sabia, no fundo, que estava começando a ficar sem desculpas para seu comportamento. Poderia ter feito sentido se ele estivesse reprimido, como Remus, ansioso por qualquer tipo de contato. Mas ele já tinha beijado Mary por quase um ano, e parecia não ter feito nada para saciar a desesperada... necessidade, o desejo como algo com dentes, algo roendo, quebrando ossos, derramando sangue. Sirius sentiu uma onda crescente de desesperança enquanto se perguntava se sua mãe estava certa sobre ele o tempo todo.

Ele desligou a água e saiu, olhando para seu reflexo no espelho embaçado. Não. Fosse o que fosse, ele iria domá-lo, controlá-lo. Ele teria que fazer isso, a menos que quisesse arruinar permanentemente sua amizade com Remus. Eles já haviam discutido isso, e Moony deixou claro que não queria que as coisas mudassem. Sirius só precisava respeitar seus limites; não era como se ele fosse realmente um animal. Ele era capaz de pensamento racional.