Capítulo 125: Sétimo Ano: Natal Parte 2

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Não o James.

Foi o primeiro pensamento que teve, quando conseguiu pensar novamente.

Não o James.

Um redemoinho horrível e violento, girando e girando, as mesmas palavras se repetindo incansavelmente em sua mente:

Não o James, não o James, não o James.

Alguém estava chorando, ao lado deles. Uma mulher. Sirius podia ouvir seus soluços agudos e ofegantes. Sob seu rosto, o chão estava frio, areia pressionando sua pele. Ele podia sentir isso, ele podia sentir tudo isso. Como se todos os nervos de seu corpo estivessem subitamente afinados, afiados, cinco vezes mais fortes. Houve risadas — alguém estava rindo.

Não o James, não o James, não o James.

O Beco Diagonal foi aberto, uma carcaça estripada, vidros e tijolos quebrados e madeira lascada se espalhando pela rua como sangue. Tudo estava nebuloso; Sirius percebeu que era por causa da poeira, caindo ao redor deles como neblina. Ele podia sentir o gosto no ar quando respirava.

"Vocês dois!" Havia uma mulher, abrindo caminho entre os escombros, "Para trás! Atrás de mim!" Ela passou na frente deles, varinha levantada, e Sirius viu seu uniforme: um auror.

James.

Ele não sabia se havia dito isso em voz alta, não podia sentir sua língua – foi o medo que o impulsionou a ficar de pé, o fez cambalear para a frente, como uma marionete puxada por cordas. Onde ele está onde ele está onde ele está

"James?!"

Desta vez ele estava gritando; ele sabia, mas todos estavam gritando, e ele mal podia ouvir sua própria voz. O nome foi engolido em todos os sons sobrepostos, assim como James foi engolido

"James!??"

Uma parte dele estava vagamente ciente de Remus chamando por ele. Mas Sirius não conseguia parar, não conseguia pensar – não até encontrar seu melhor amigo.

"FORA SANGUES RUINS!"

A voz estalou em seu crânio como um relâmpago, com um volume insuportável, e ele levou as mãos aos ouvidos. Mas não importava, estava dentro dele, em sua cabeça, as palavras horríveis ecoando em seu crânio.

Não o James, não o James, não o James.

As pessoas estavam duelando, em algum lugar. Sirius podia ouvir suas vozes, podia ver flashes de magia enquanto maldições eram lançadas. Mas não aqui – aqui, havia apenas poeira, apenas os escombros do que antes eram Artigos de Qualidade para Quadribol, vassouras lascadas espalhadas pelo chão.

"JAMES?!"

Alguém passou correndo por ele, batendo em seu ombro. A força do impacto desequilibrou Sirius, jogando-o de lado em um monte de escombros. Ele procurou sua varinha, arrancando-a, tentando ver – havia poeira em seus olhos. Havia poeira por toda parte.

"James..." ele resmungou, desesperadamente. Qualquer coisa menos isso, ele pensou, Qualquer coisa menos ele. Por favor por favor por favor.

"Mormorde!" Era a mesma voz de antes, mas desta vez não estava em sua cabeça, desta vez era distante, vindo de algum lugar perto de Gringotes. A fumaça preta encheu a rua, contorcendo-se e engrossando até que se elevou, acima de suas cabeças. E então não era mais fumaça, mas uma cobra, uma cobra preta horrível, um monstro retorcido em um crânio aberto.

All the Young Dudes - perspectiva do SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora