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continuação de "Vida louca."
(4 temporada de lance criminoso."

Orelha 🦅

Era como se um filme tivesse passando na minha cabeça desde o dia em que eu nasci, eu tava paralisado vendo tudo acontecer, porque aconteceu de forma rápida e eu fiquei sem saber o que fazer.

Vou começar do começo, que é o mais óbvio. Pelo menos eu acho... Nascido e criado na Nova Holanda, desde moleque já via coisa errada e cometia os erros, sempre fui maior safado.

Mas também pô, o exemplo que eu tive em casa não foi um dos melhores. Via meu pai traindo minha mãe como se fosse maior bagulho normal, e pra ela parecia, porque nunca largou dele.

Meu coroa trabalhava como ajudante de pedreiro, sempre que eu podia ir com ele eu ia, gostava de passar tempo com ele, gostava de trabalhar também. Mas sempre que ia, ia ele olhando pra cada menina bonita que passava, umas com idade pra serem filhas dele, já outras com idade dele.

E eu ficava pensativo, chegava em casa, contava pra minha coroa e ela apenas ria, dizia que era normal e que isso era coisa da minha cabeça. E quando eu crescendo eu achei que tinha problema na cabeça porque ou eu tava ficando maluco, ou isso não era normal, ela aceitar esses bagulhos porque ele bancava ela.

Mas cresci com isso na mente, com quatorze anos já tava com várias novinhas do lado, perdendo virgindade, pegando as mais velhas até as mais novas, pra mim era normal. Meu pai me incentivava, dizia que eu era o maior orgulho dele, pra eu continuar assim.

E quando eu me apaixonei pela primeira vez nada vida, meus pais fizeram de tudo pra dar errado, papo reto mesmo. Colocaram tanta paranoia na minha mente dizendo que a menina era maior interesseira, que os queria meus bagulhos que eu caí fácil, larguei a garota e resolvi ficar na vida bandida.

Conheci a Carina num baile, quando eu tinha 20 anos. Foi o mesmo lance, comi e meti o pé, mas ela apareceu de novo, eu transei com ela de novo, e várias vezes. Até achar que gostava dela, chamei ela pra morar comigo e assumi.

Mas com o tempo que passava eu enjoava dela, queria ela longe e os caralho. Meti papo pra ela, maior serinho, falei que não queria mais, que tava suave mas não adiantou, a garota quis ficar. E no que ela quis ficar, eu quis viver minha vida de solteiro, porque tinha pedido pra ela meter o pé, se ela não quis ir, eu não tinha nada a ver.

E foi assim que altos anos se passaram, maior cota eu traindo ela, ela sabendo e agindo igual, como se não soubesse de nada e tivesse tudo tranquilo, como se tirasse tudo de boa pra ela enquanto eu tivesse bancando. A história se repetiu, eu só não sabia que o final ia ser assim...

•••

Davi Fernandes, 25 anos.
@// pkdelas

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