My Salvation |noart

10.

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Noah Urrea

- Aposto que pegou mais de dez meninas. - Nour dizia, empurrando o ombro de Josh.

- Já disse que não, garota, larga de ser chata. - Rolava suas orbes azuis.

Minha atenção não conseguia se manter na conversa idiota de meus amigos sobre a festa de ontem, mas sim, na garota de cabelos loiros e olhos verdes-azulados.

Realmente não consegui dormir a noite, o que resultou em minha face de acabado logo de manhã cedo.

Pensei muito, cheguei em algumas conclusões e algumas certezas. Coloquei-me no lugar de Sina muitas vezes, fiz hipóteses, e a conclusão que melhor cheguei, foi o fato de que eu realmente tinha um coração mole.

Podiam me culpar por isso, ou não. Fui criado assim, meus pais me fizeram assim, e não seria agora que eu iria mudar, pois uma pessoa estava precisando de ajuda, e eu iria ajudar.

Continuei caminhando automaticamente, minhas pálpebras ficavam mais pesadas a cada piscada que eu dava.

- Noah? Está aí? - A voz de Josh soou em meus ouvidos, me fazendo despertar.

- Ahn.. Sim, sim! - Exclamo, o encarando - O que houve?

- Você está viajando muito, cara. - Nour indagava - Que horas foi dormir ontem?

- Fui dormir cedo, como sempre. - Mentia, dando de ombros.

- Você está com uma cara de acabado do caralho. - Rolei meus olhos, mandando o dedo do meio para Josh.

- Foi em uma festa e não nos contou, foi? - Nour perguntava, arqueando uma de suas sobrancelhas.

- Que pergunta estúpida, Ardakani. - Lhe mostro o dedo do meio.

- É apenas uma hipótese minha, amor. - Rolava os olhos.

Nour e Josh tinham razão para me estranhar, aliás, era a primeira vez que eu ficava assim.

Sempre tratei de dormir cedo para que no dia seguinte eu não acordasse cansado para ir a escola. Mas bom, nem sempre meus planos dão certo, e ontem realmente meu sono havia sumido por completo.

- Não sei como essa garota consegue andar com esse moletom em um calor de trinta graus. - Josh quebrou o silêncio, e em seguida, senti meus pelos se arrepiarem.

Girei meu pescoço, cruzando meus olhos com os dela.

Sina vestia uma saia branca, mas o que incomodava os outros, era seu moletom. Senti meu coração apertar ao saber que por trás daquilo, havia muitos machucados.

Internos e externos.

Sina conversava com Paliwal, ria de alguma coisa que a indiana dizia.

A encarei, não sabia como reagir ou o que dizer. Estava perdido em meus pensamentos, não sabia o que fazer.

Sina, em seguida, cruzou seu olhar com o meu, o que me fez engolir em seco. Seus olhos me percorreram por completo, ela certamente parecia não saber o que fazer.