Capitulo 8

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— Você não vai me convidar para entrar? — Sat pergunta com um sorriso presunçoso nos lábios, intercalando o olhar entre mim e o prato em minha mão

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— Você não vai me convidar para entrar? — Sat pergunta com um sorriso presunçoso nos lábios, intercalando o olhar entre mim e o prato em minha mão.

— Claro. — Coço a garganta e abro espaço para ele passar.

Ele caminha a passos lentos para dentro do apartamento apreciando cada canto do mesmo. Fecho a porta e sigo-o até a sala.

— Posso? — Ele aponta o sofá.

Limito-me a abanar a cabeça afirmativamente o que faz com que ele sente onde eu estava minutos atrás. Eu continuo parada no mesmo lugar, a presença dele deixa-me nervosa. Ele me intimida.

Sat crava seus olhos em mim deixando-me sem jeito, por isso levo mais um garfo a boca, terminando a lasanha que estava no meu prato.

— Está bom? — ele pergunta referindo-se à lasanha.

Mais uma vez abano a cabeça confirmando e por instinto desvio os meus olhos dos dele.

— A melhor lasanha que já comi — acrescento e dessa vez ele é que balança a cabeça.

Guardo o prato e o garfo na mesinha de centro e me sento no outro sofá de frente para ele, mas a uma distância considerável.

Olho para ele na esperança de que me diga o motivo da sua vinda até aqui, porém recebo seu olhar de volta, sua íris esverdeada me analisa de forma intensa e eu fico envergonhada. Para quebrar esse contato limpo a garganta,  e coloco os meus pensamentos em palavras.

— São quase meia noite, Sat. — Inicio. — O que traz você aqui?

— Lory — ele diz sucinto.

— A Lory não está. Achei que estivesse com o Craig em casa — digo estranhando o fato de ela não estar lá sendo que normalmente é por lá que eles ficam. Não são muito de sair para lugares públicos juntos. Eles têm uma relação estranha.

— Não, estou aqui porque a Lory me pediu que levasse algo que esqueceu.

— Ah.

No total silêncio apenas nos olhamos.

— E o que seria? — Sat tem um olhar de dúvida. — O que ela esqueceu? — esclareço.

— O carro. Ela disse que as chaves ficaram com você.

Estranho, pois ela não esqueceu as chaves, mas sim me entregou um pouco antes de sair.

— Mas ela me entregou caso eu precisasse de sair logo cedo amanhã.

— Ela me parecia realmente ter esquecido, por isso me voluntariei para vir buscá-lo — ele diz encostando-se no sofá. — Lory até queria voltar para levar, mas tinha uma expressão facial que me comoveu, não queria que ela fizesse duas viagens.

Abano a cabeça incrédula, eu conheço muito bem aquela expressão. Lory, safada!

Lembro-me da conversa por alto que tivemos uns dias atrás.

— Sat é uma pessoa incrível — ela comentou quando terminou de falar ao telefone com o Craig. — Craig me disse que o jantar de hoje será preparado por Sat.

— Ele me parece ser um óptimo chef — eu disse enquanto levava o meu prato.

— E ele é — ela concordou. Sentou-se na bancada da cozinha e pescou uma maçã na vasilha ao seu lado. Logo em seguida mordeu-a. — A pessoa com quem ele casar terá muita sorte. O cara é bonito, inteligente, tem aqueles olhos fascinantes, tem um corpo invejável, cozinha muito bem, é astuto, resumindo ele é o sonho de toda mulher.

— Acredito que terá sorte sim. — Limpei as minha mãos com o pano que estava no meu ombro.

— Eu acho que fariam um par fascinante.

Fulminei-a com o olhar e ela mordeu a maçã lentamente fazendo barulho sem quebrar o contato entre nossos olhos.

— Isso não vai acontecer.

— Eu acho que vai. — Ela fez pouco caso. — Na verdade, tenho certeza. — Ela desceu da bancada, arqueou as sobrancelhas e foi. Simples assim.

Fecho os olhos e balanço a cabeça sem ainda acreditar que Lory fez ele vir para aqui sem ser necessário. Mas devo confessar que bem lá no fundo do meu coração algo se agita, indicando o quão bem a sua presença hoje me faz.

— Lamento que você tenha vindo desnecessariamente. Quanto às chaves não se preocupe, ela terá amanhã logo cedo, eu mesma vou entregá-la na universidade.

Sat desencosta do sofá.

— Creio que ela vá com o Craig, certo?

— Certo. — Ele tamborila os dedos na perna direita.

Seus dedos são longos, sua mão grande. Minha inspeção continua subindo pelos musculosos braços, seu pomo de Adão bem evidente, seus lábios rosados, o nariz perfeito, e seus olhos? Bom, não tem como não sentir-se atraída por esses olhos que em contraste com a sua pele negra, torna-o mais atraente.

Meus pés ganham vida própria, minha timidez desaparece como se nunca tivesse sido introvertida, em passos largos estou em pé de frente para ele que olha para cima para poder alcançar os meus olhos. Ele abre ligeiramente as pernas, encosta no sofá e estende os braços no canto superior do sofá como se todo poder pertencesse a ele.

Lá está o seu sorriso presunçoso, como se me desafiasse a algo. Ele está relaxado, como se previsse o que está por vir.

Sento-me no seu colo obrigando-o a fechar as pernas, levo os seus braços enrolando-os na minha cintura. Nossos peitos se encostam, nossos rostos estão de frente um para o outro e em nenhum momento nossos olhos se desconectam.

Ele lambe os lábios molhando-os para receber os meus, eu mordo os meus em expetativa. Sua mão direita escala minhas costas até chegar no meu cabelo na parte de trás. Seus dedos viris agarram um punhado de cabelo com certa pressão fazendo-me delirar de prazer.

Ele me tortura ao lentamente aproximar o seu rosto no meu. Uma bela tortura, na verdade.
Meus lábios estão prontos para recebê-lo, posso sentir o calor que emana dos nossos corpos através dos seus dedos.

A pressão a mais que ele faz no meu couro cabeludo faz com que eu abra a boca, ele prontamente junta a sua na minha.

— Reese. — A voz do Sat tira-me dos meus devaneios depravados.

— Sim? — digo voltando a órbita.

— Está tudo bem? Você está muito corada.

— Estou bem — minto e ele parece acreditar.

Ele nem faz ideia do que estava passando em minha mente, e vai continuar sendo assim.
Eu e minha mania de idealizar possíveis cenários que me favoreçam às vezes me deixa enraivecida, mas neste caso deixou-me enrubescida.

— Então já vou. — Ele levanta e eu faço o mesmo.

— Suponho que você vai voltar de táxi.

— Sim. — Ele coloca as mãos no casaco de couro.

— Eu te levo.

— Não é necessário, eu pego um táxi — ele diz caminhando a passos lentos a porta.

— De modo algum! A Lory fez você vir até aqui para nada, então eu insisto.

Ele não retruca, então levo as chaves do carro e saio do apartamento com ele.

Te Amar Como NinguémOnde histórias criam vida. Descubra agora