Capitulo 11

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Eu posso, eu sou capaz!

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Eu posso, eu sou capaz!

Repito as palavras consecutivamente ao sentar no sofá pequeno e  confortável.

É só uma leitura e só tenho que me focar nas palavras que estão no livro. Não preciso interagir por muito tempo.

Ficarei bem.

Repito para mim mesma na tentativa de ficar descontraída.

— Bom dia — digo com um sorriso nervoso no rosto.

— Bom dia! — eles respondem em um  vocifero.

— Meu nome é Reese e hoje vou ler um pouco para vocês. — Abro o livro que está em minhas mãos, Candice me entregou um, pouco antes de me arrastar até a área de leitura.

Esse livro me deixa nostálgica, a última vez que o li foi há mais de dez anos atrás.

Inspiro e expiro na tentativa de dissipar o nervosismo e tomo dois goles de água do copo que está na mesinha feita de madeira ao meu lado.

— Esta é a história do Pequeno príncipe. — Olho para eles que têm os olhos grudados em mim. — Já leram alguma vez?

— Não! — Mais uma vez, respondem em um vocifero.

Sorrio para eles e dou início a leitura.

Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, Histórias Vividas, uma imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera...

O pequeno príncipe é um livro que me deu o ponto de partida para o mundo da leitura. Meus pais costumavam ler para mim quando criança, essa é uma das lembranças que eu tenho da minha mãe. Logo após o jantar, ela me colocava na cama, me cobria ou melhor, me empacotava com o cobertor, sentava-se na cama e lia até que eu adormecesse.

Ela e meu pai se revisavam para ler.
Eles tentaram me convencer para que lessem outros livros para mim, e no final chegamos a um acordo: eles primeiro tinham que ler uma página do Pequeno Príncipe e aí sim podiam ler o outro livro.

E era assim noite após noite, até que um dia não houve a leitura habitual da noite. Ela simplesmente se foi, meu pai mal conseguia ler sem desabar em lágrimas.

Certa noite quando meu pai lia para mim, e lágrimas desciam dos seus olhos, eu peguei o livro e li para ele até ambos cairmos em exaustão.

Essa foi a última vez que li o livro, e agora lendo-o pela primeira vez após muito tempo faz meu coração se contrair pelas memórias que o livro traz.

Vivi portanto só, sem um amigo com quem pudesse realmente conversar, até o dia, cerca de seis anos atrás, em que tive uma pane no deserto do Saara. Alguma coisa se quebrara no motor. E como não tinha comigo mecânico ou passageiro, preparei-me para empreender sozinho o difícil conserto. Era para mim questão de vida ou de morte.
Só dava para oito dias a água que eu tinha...

Te Amar Como NinguémOnde histórias criam vida. Descubra agora