Tem acontecido tanta coisa e ao mesmo tempo pouca coisa nas últimas semanas. Fiz e apresentei três trabalhos na universidade quase morrendo de tanto nervosismo. E para além do clube de leitura às quartas na livraria, a Candice teve a ideia de fazer outros eventos para atrair mais pessoas e isso durante o fim de semana.
Todo mundo tem saído e se divertido e eu reclusa em casa ou no trabalho. Quando digo todo mundo refiro-me a Lory e Lilian, elas têm saído bastante para festas, pararam de me convidar no segundo dia que recusei o convite para ir a alguma festa de alguma fraternidade.
Eu não devia estar me sentindo desse jeito, certo? Eu recusei os convites e não posso obrigar a Lory a ficar comigo perdendo desse jeito toda a diversão.
Então porque raios eu sinto essa sensação no meu peito a cada vez que Lory e Lilian saem juntas, ou quando conversam me sinto excluída com as piadas internas, ou mesmo quando Lory dorme na casa da Lilian quando voltam muito tarde de uma festa?
Lory e eu costumávamos ir a cafeteria na qual nos conhecemos anos atrás, sentávamos na mesma mesa e dividíamos o croissant. Podíamos pedir dois para cada uma, mas sempre acabávamos dividindo ou mesmo tirávamos do prato uma da outra. Pensei que fosse algo só nosso, confesso que eu reclamava quando ela mexia no meu prato, mas no fundo eu não me importava. Hoje em dia não é comigo que ela faz isso, é com a Lilian, são esses pequenos detalhes que me corroem por dentro.
Eu não gosto de sentir o que venho sentindo, por isso resolvi me afastar um pouco para melhor lidar com tudo isso. Essa sou eu, prefiro me afastar do que falar sobre os meus sentimentos. O quão ridículo e patético isso é, certo?
Consegui o dia de folga hoje e resolvi usá-la para me mimar. Comprei algumas coisas que eu gosto, dentre elas chocolates e salgados, a minha ideia é fazer skincare, colocar os pés na água quente e comer alguma coisa com a televisão ligada em um canal de filmes, apreciando a minha própria companhia. É um bom plano para um domingo. Pelo menos, eu acho que seja.
Três batidas na porta fazem com que saia um grunhido da minha boca, eu só queria relaxar um pouco e ter um tempo somente para mim.
Coloco tudo no centro da sala e vou em direção à porta, abro-a com uma certa brutalidade e me arrependo de seguida.
— Wow... — Sat diz reticente e visualizo uma sacola na sua mão. — Alguém acordou mal humorada hoje.
— Oi, Sat. — Abro caminho para que ele passe e assim o faz.
— Se eu soubesse que você estava nos seus dias, teria trazido guloseimas e não comida italiana. — Ergue a sacola e sacode-a de leve.
— Nos meus dias? — pergunto confusa e recebo a sacola para guardá-la.
— Sim, você sabe... — Ele senta no sofá e pega a máscara facial ao seu lado para analisar. — Menstruada.
— Eu não... não estou... enfim, sinta-se a vontade, Sat. — Ele ri e larga a máscara de volta ao lugar anterior.
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Te Amar Como Ninguém
RomantizmReese Smith é uma jovem simples e acanhada que vive em seu mundo fechado tendo a sua vida se cruzado com a do Sat Avery, um belo chef de cozinha habilidoso. A medida em que ela convive com Sat, seus pensamentos a conduzem até a lugares proibidos o...