Capitulo 54

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Faz algum tempo que não me sinto tão feliz quanto nas últimas três semanas que se passaram, não tenho motivos para reclamar somente para agradecer

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Faz algum tempo que não me sinto tão feliz quanto nas últimas três semanas que se passaram, não tenho motivos para reclamar somente para agradecer. Agradecer por papai estar melhorando a cada dia, por Lory ter voltado a ser minha amiga depois da catarse que fizemos, por as coisas na D'Marco Publishing estarem melhorando – melhorando no sentido do senhor John não ser tão severo comigo –, por Josh estar incondicionalmente presente, por ser uma estudante com ótimas notas e por ter uma psicóloga incrível que tem me acompanhado.

Poderia dizer que renasci das cinzas como uma fênix, mas este não é o caso, eu apenas estou aprendendo e melhorando a cada dia com tudo que acontece comigo e a minha volta.

Como eu disse, não tenho nada do que reclamar.

Minha rotina tem sido ir durante a semana à editora no período da manhã até às quatro da tarde, depois ir à universidade e voltar para casa às dez da noite.

Antes de ir ao trabalho corro de casa à praia e vice-versa, faço alguns exercícios físicos e no final de semana saio com Lory e Josh, tanto separadamente como os três juntos, como por exemplo no sábado passado em que Lory e eu fomos assistir o jogo da BLA torcendo muito mais para o Josh.

Uma das coisas que Josh e eu fazemos no final de semana é treinar boxe, eu inscrevi-nos, pois realmente me apaixonei pelo esporte e não vejo motivos para desistir.

— Boxe não é para mim, Reese — Josh reclamou quando eu pedi que ele fosse comigo fazer a inscrição. — Eu jogo basquete, não posso correr o risco de quebrar algum osso ou me machucar. E não me olhe desse jeito. — Fiz a minha melhor expressão de pesar.

Naquele mesmo dia fomos juntos e eu inscrevi-nos, vamos aos sábados e domingos somente.

Tenho também que agradecer por ter Eloise na editora, ela com a sua infinita paciência tem me ensinado bastante, talvez esse seja o motivo do John D'Marco não ralhar comigo porque faço tudo como ela me ensina.

Por isso mesmo, a primeira coisa que faço quando recebo o primeiro manuscrito para ler durante a semana em casa é correr até ela para contar. Esse é um passo grande desde que comecei a trabalhar aqui, não imaginei que o senhor John confiasse um manuscrito a mim depois de ele praticamente ter me chamado de incompetente semanas atrás.

Eloise fica feliz por mim, se predispõe a me ajudar seja no que for e isso é uma das coisas que eu mais gosto nela, a sua gentileza.

Hoje só terei duas aulas na universidade, o que significa que até às oito da noite estarei em casa. Mal posso esperar para contar ao Josh que John D'Marco meio que começou a confiar em mim e tem sido menos rude.

Durante as duas aulas fico um pouco agitada, a ansiedade em querer compartilhar com o Josh os acontecimentos do meu dia me deixam desse jeito. Normalmente quando estou ansiosa mal consigo me concentrar, milhares de coisas permeiam os meus pensamentos.

Quando a aula termina arrumo as minhas coisas para ir para casa, meus olhos vão diretamente para o lugar que Lilian devia estar supostamente ocupando. Ela não veio hoje, me pergunto o que será que ela está fazendo, talvez enrolada nos lençóis de Sat enquanto faz sexo com ele.

— Para, Reese! — me recrimino em um sussurro e vou logo em busca de um táxi.

Durante o trajeto até a casa acabo cochilando no banco traseiro do táxi, a motorista me acorda e pago pela corrida. Ela foi muito simpática, sei que o nome dela é Gabi e tem três filhos e um gatinho.

Esfrego os olhos enquanto abro a porta do apartamento, escuto a televisão ligada e pratos sendo mexidos, o que significa que Josh já está em casa.

— Você não vai acreditar no que aconteceu hoje, Josh — digo fechando a porta atrás de mim e caminhado pelo pequeno corredor que leva até a sala. A empolgação de mais cedo em contar para ele sobre hoje retorna. — Você acredita que o prepotente, a sua majestade John D'Mar... — Interrompo a minha fala quando vejo que não estamos sozinhos. A última pessoa que eu queria ver na minha vida está aqui com os braços apoiados nas laterais da poltrona, mas as coisas só pioram quando escuto passos atrás de mim seguido de uma voz impossível de não reconhecer.

— O que o prepotente John D'Marco fez? Continue — ele diz e eu fecho os olhos me virando cautelosamente para o encarar.

— Oi, senhor John. — Engulo em seco. — Não sabia que estava aqui. — Rio de nervoso e passo a mão na testa.

— Josh fez um convite de última hora e eu resolvi aceitar. — Cruza os braços deixando em evidência os seus bíceps musculosos.

— Little bee, chegou cedo hoje. — Josh aparece com três energéticos em mãos e passa por mim deixando um beijo no topo da minha cabeça.

— Tive duas aulas somente.

O fato de ele ter visitas sem ter me dito algo ou consultado antes me incomoda, apesar da casa ser dele e ele poder convidar quem quiser ainda assim me incomoda.

Não sei se estou incomodada pela visita no geral ou por ter Sat sentado na poltrona como se nada tivesse acontecido.

— Eu os convidei para assistir ao jogo, espero que não se incomode — Josh diz distribuindo as latas na sua mão.

— Não me incomodo — minto, mas a mentira não passa despercebida pela minha amiga.

Lory sai de perto do Craig e vem até mim.

— Você deve estar exausta, vamos para o seu quarto? — ela diz pegando a minha bolsa com uma mão e com a outra me tira desse ambiente o mais rápido possível sem esperar por uma resposta.

— O que está acontecendo aqui? — pergunto a ela assim que fecha a porta do quarto.

— Tentei ligar para você, mas o seu celular só dá caixa postal. — Lory guarda a minha bolsa e senta na cama. — Josh convidou Craig para vir para aqui assistir o jogo, mas Craig disse que não podia porque estava com Blake e Lilian, então Josh acabou chamando-os a todos.

Blake.

É um bom nome, é um nome bonito. Mas Sat é mais a sua cara, ou eu apenas esteja acostumada com ele. Gostaria de saber acerca do mistério sobre o seu sobrenome, ou não.

Será que Lilian sabe?

Eu odeio tanto que ele esteja aqui, que não tenha um pouco de vergonha de vir até aqui mesmo depois de tudo, que esteja sempre com Lilian, que apesar das minhas inúmeras tentativas de o esquecer ainda tenha uma certa influência sobre mim.

— Bake? — pergunto retoricamente.

— Influência da Lilian, passei tanto tempo com eles que dei por mim começando a chamá-lo desse jeito.

— Lilian, claro. — Eu odeio a forma em que essa frase saiu da minha boca, não queria sentir ciúmes, mas é inevitável.

— Me desculpe — Lory diz e me sinto logo mal, nós já passamos por isso, esclarecemos tudo e estamos bem novamente. Não quero que a minha insegurança estrague tudo.

— Eu é que peço desculpas, não queria que soasse desse jeito.

Nós nos abraçamos por alguns instantes e eu vou de seguida tomar um banho, deixo Lory procurando alguma coisa para eu vestir no meu guarda-roupa.

Ela não podia ter escolhido algo melhor, constato assim que me olho no espelho após vestir a roupa. Lory pega na minha mão e juntas caminhamos para fora do quarto, escutamos as vozes se sobressaindo e dou um longo suspiro antes de finalmente chegar a sala.

Vai ser uma longa noite, só espero que até lá eu não faça nenhuma coisa que depois vá me arrepender.

Te Amar Como NinguémOnde histórias criam vida. Descubra agora